Conversando com o Bispo

"O Seu amor dura para sempre" - 6º domingo da Páscoa - Ano C

22/05/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O papa Francisco cita este 2º versículo do Salmo 117 para afirmar que consequentemente a misericórdia de Deus é eterna.

No Evangelho do domingo passado, São João falava do novo céu e da nova terra como morada de Deus. No Evangelho de hoje - Jo 14,23-29 - São João prossegue narrando que Jesus disse a seus discípulos: "Se alguém me ama, guarda a minha palavra e o meu Pai o amará e nós (Eu e o Pai) viremos e faremos nele a nossa morada". De novo aparece a palavra "morada", agora aplicada aos homens. As coisas, terra e céu, e as pessoas se tornam morada de Deus quando elas acolhem o amor e vivem segundo o novo mandamento do amor. Onde existe o amor divino e fraterno tudo se torna novo, tudo vira morada de Deus. Jesus continua dizendo que o Pai, a seu pedido, enviará e deixará na pessoa que o ama o Espírito Santo, que recordará tudo o que Ele tem dito. Guardar as palavras de Jesus no coração é demonstrar amor a Ele e criar no seu interior as condições para receber a paz que o mundo não é capaz de dar. Por isso, Jesus afirma aos discípulos: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; embora não a dê como o faz o mundo". A paz que Jesus dá vem do seu amor e produz uma alegria verdadeira, conforme suas palavras: "Não se perturbe nem se intimide o vosso coração... Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai". Três palavras se repetem sinalizando serem muito importantes e fortes, uma que já foi pronunciada acima; são: morada, novo e amor. Dentre estas, a mais importante é o amor. O amor faz tudo ser novo, o mundo com todas as coisas, o homem todo e todos os homens, as estruturas sociais, a Igreja, a história, a vida, e, por conseguinte, transforma todas as coisas e todas as pessoas na morada de Deus. A proposta evangélica do mandamento novo é uma proposta de vida nova que se tece no amor. A vida nova em Cristo que recebemos desde o nosso batismo consiste em amar como Jesus amou. Deste modo, com estes destaques, estou focalizando a mensagem evangélica da Missa de hoje.

O magistério da Igreja constata que a crise cultural do mundo de hoje está visível na crise dos valores, a qual explica a crise política, econômica e financeira pelas quais muitos países estão passando. Essa crise, diz a Igreja: "interpela a todos, pessoas e povos, a um profundo discernimento dos princípios e dos valores culturais e morais que estão na base da convivência social". Voltar aos fundamentos da fé cristã e da doutrina social da Igreja é absolutamente importante. A Igreja repropõe o amor como a chave para o desenvolvimento integral do homem e de todos os homens. Assim se lê no nº 582 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja: "Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social - no plano político, econômico, cultural - fazendo dele a norma constante e suprema do agir". O documento cita o Papa São João Paulo II que disse: "Só uma humanidade onde reine a civilização do amor poderá gozar de uma paz autêntica e duradoura". E o nº 583 repete estas palavras do Papa Santo: "Só a caridade pode transformar completamente o homem".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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