Reflexão e Fé

Para quem luta com o suicídio

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

11/09/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Setembro é o mês dedicado à prevenção do suicídio. Poucas coisas provocam mais medo e tremor do que o suicídio. Apenas o termo em si nos enche de tristeza. Poucas palavras nos iniba tanto do que a palavra "suicídio". Entretanto é com clareza, compaixão e convicção que devemos falar dessa terrível realidade. Para alguns, nessa hora, uma escuridão profunda e opressiva está ameaçando apagar a pouca luz que ainda os ilumina. Esses estão lutando para que a querida vida seja vivida. Aos que estão submersos nessa batalha da manutenção da vida, o livro de Eclesiastes na Bíblia é uma leitura necessária. Enfrentando os extremos da miséria da alma, Charles Spurgeon, o grande pregador inglês, disse uma vez: "Sou alvo de depressões de espírito tão temerosas que espero que nenhum de vocês chegue a tais extremos de miséria como eu chego". As concepções suicidas começam nos extremos da dor que eletriza a alma.

SUICÍDIO

Suicídio é o assassinato intencional do próprio corpo físico. Essa definição é dura, mas real e natural. É o fim intencional da própria vida. Pode-se matar involuntariamente, como é o caso de uma overdose acidental de drogas, mas o suicídio - como o homicídio doloso - denota intencionalidade. Ainda segundo a revelação bíblica é o corpo físico que é morto, não a alma que é imortal. Na morte física, a existência do ser não acaba.

REAÇÃO

Como devemos reagir a alguém que pensa em suicídio? Com compaixão amorosa e honestidade cativante! Muitos que se envolvem com alguém que pensa em suicídio, reagem com terror; começam a falar antes de ouvir, tentam calar quem sofre dizendo coisas como que "a vida vale a pena ser vivida". No entanto, o que a pessoa que luta com a ideação suicida geralmente mais precisa é de um ouvido amoroso sem respostas incrédulas ou promessas paternalistas. Obviamente que existem ações que precisam ser engajadas no momento em que o suicídio está sobre a mesa. Mas o ouvir com calma, a lágrima solidária, o ombro do conforto, o olhar da graça, o abraço da misericórdia, do conforto, da paz e segurança são os primeiros passos de ajuda aos desesperados.

ESPERANÇA NA ESCURIDÃO

Quem luta com o suicídio conhece intimamente os extremos que apavoram um coração preso na solidão. Os extremos da miséria da alma destroem o ânimo de qualquer ação que não seja aquela de por fim à dor presente. É uma luta feroz. Contudo quando a escuridão da depressão e do desespero pressiona, aquele que sofre, deve lembrar-se, que ainda assim é um alvo ambulante da misericórdia implacável de Deus. Misteriosamente o amor de Deus é uma esperança na escuridão. Jesus disse aos discípulos: "Neste mundo tereis tristeza, mas tende coragem, eu venci o mundo" (João 16.33). Esta vida não é livre de problemas. Inclusive, mesmo convidando os discípulos a segui-lo, em nenhum momento Jesus adoçou a caminhada. A vida será difícil. Mas nossa esperança está no que Cristo fez: Ele venceu a morte! O evangelho de Jesus nos diz que ele foi um homem de dores. Ele conheceu a tentação, tristeza, medo, solidão, dor e morte. Ele experimentou rejeição, perda, pobreza, choro e abuso. Não há uma lágrima que tenhamos derramado que ele não entenda. E quando ele ressuscitou da sepultura, ele venceu a morte. Pela fé em sua obra de redenção, temos a esperança da vida eterna onde não haverá mais tristeza, lágrimas, nem suicídio, nenhum tipo de morte. Todas as promessas de Jesus são para os que creem nele. Então quando a vida está difícil, escura, temos acesso livre e completo ao trono da graça. Em clamor, orações e súplicas, podemos ir até Jesus na segurança de que ele nos ouve, se importa e nos acudirá. É uma questão de fé em Jesus. Podemos confiar que ele proverá o escape dos laços da morte que quer nos aprisionar. Jesus é a nossa esperança na escuridão. Baseado nessa verdade Paulo, o apóstolo, fez a seguinte declaração inspirado pelo Espírito Santo: "Pois estou certo de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o porvir, nem os poderes, nem a altura nem a profundidade, nem qualquer outra coisa em toda a criação poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8.38-39). Para quem luta com o suicídio, clame por Jesus - Ele é o Pai, ele é o Espírito - ele tem o poder de ressuscitar a esperança num coração intencionalmente tentado a apertar o botão do "desligue".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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