Deus não é apenas soberano sobre todas as nações, determinando suas histórias e limites (Atos 17.26), mas também é ele quem rege seus governos particulares e autoridades, estabelecendo-os sob sua graça comum (Romanos 13.1-7). Como o rei Davi nos lembra no Salmo 22, "Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele, pois do Senhor é o Reino; ele governa todas as nações" (Sl. 22.27-28), desde o Brasil até o mais longínquo país como o Lesoto na África ou o Butão na Ásia. Portanto os eleitos no pleito desse domingo não serão designados sem a soberana intervenção do Deus de toda a terra. Ainda que incompreensível para a maioria de nós, em seus planos que evoluem para a perfeição, Deus intervém com sua autoridade na eleição de todos os escolhidos. O Deus eterno rege todos os governos: "Bendito seja o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder! É ele quem muda o tempo e as estações, remove governos e estabelece governos; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes" (Daniel 2.20,21). O maior governo da terra em 610 a.C. - Nabucodonosor, imperador da Babilônia - declarou: "O domínio de Deus é eterno, e o seu reino se estende de geração em geração. Todos os moradores da terra são considerados como nada, e o Deus Altíssimo faz o que quer com o exército do céu e com os moradores da terra. Não há quem possa deter a sua mão, nem questionar o que Ele faz" (Daniel 4.34,35).

COMO DEVEMOS NOS COMPORTAR

Em um dia como hoje, numa época em que parece que os governos do mundo inteiro, e em particular os nossos no Brasil, estão cada vez mais fora de sintonia com o que entendemos ser legal e moral, e mais distônicos com os valores do Deus Soberano, afinal redefinem a justiça em algo muito diferente da verdadeira justiça, alteram o bem para significar qualquer coisa distante da verdadeira bondade - como devemos nos comportar? Livros podem ser e foram escritos sobre essa questão, e devemos ser diligentes em lê-los. Mas a Bíblia oferece orientações claras e simples a respeito de como o cristão deve se comportar. Para o nosso susto a Escritura Sagrada nos manda orar e abençoar todos os governantes, mesmos os impiedosos: "Antes de tudo, façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todos. Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade, para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador..." (I Timóteo 2.1-3). Os primeiros cristãos, na época do apóstolo Paulo, Timóteo e Tito, oram e suplicavam em favor do terrível imperador de seu tempo, Nero o insano. E a orientação não se tratava apenas de orar e interceder em favor deles, mas até obedecê-los em conduta exemplar: "Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, que sejam obedientes e estejam prontos para toda boa obra. Que não difamem ninguém. Que sejam pacíficos, cordiais, dando provas de toda cortesia" (Tito 1.1,2). Ser cristão realmente é ser contracultural! A obediência às autoridades só é desautorizada quando ela se opõe à obediência a Deus prioritariamente, como declarado pelo apóstolo Pedro: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5.29). Além do mais, o cristão deve se comportar com bom humor: "Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra Deus [...], mas do seu trono nos céus Deus põe-se a rir e caçoa deles e em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza" (Salmo 2.1-5). Deus ri de todo o burburinho geopolítico que emerge dos governos iníquos. Descanse, Deus continua em seu trono; vivamos em paz.