Reflexão e Fé

As três áreas

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

09/10/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Uma das características do Deus Eterno é que ele é ordeiro e não desordenado. Ele é um gestor e todo o nosso mundo é moldado por sua genialidade. Tudo, desde a criação do universo até o estabelecimento de um governo, aponta para um designer e gestor divino soberano. Portanto, qualquer tentativa de criar um mundo, uma cidade, uma vila ou um país que não tenha lei e ordem, atormentado pela anarquia, é um movimento descolado de Deus. Nesse aspecto, Paulo, o apóstolo, ao escrever à Roma, estabeleceu um fundamento robusto que trata da responsabilidade do cristão e do cidadão em geral se submeter às autoridades governamentais.

RESTRIÇÃO DO MAL

À medida que navegamos pela vida, em geral passamos por três áreas primárias: Pela estrutura familiar. Pela experiência da religião, considerando inclusive que o ateísmo é uma religião - a crença na inexistência de Deus. E passamos pela esfera do Estado ou sob alguma forma de direito civil. Nessas três esferas Deus é a fonte de toda autoridade e quem estabelece todas as hierarquias. Em relação à família, é Deus quem a estabeleceu, formada pelo pai, mãe e filhos (Gênesis 2 ; Êxodo 20.12 ; Deuteronômio 5.16 ; Efésios 5.24, 6.1-3 ; I Pedro 3.1). Esse é o desígnio de Deus para a ordem familiar e, por meio dessa estrutura de autoridade e respeito conjugal o mal é restringido, mantendo as crianças em submissão, ao invés de correrem soltas e livres em desordem comprometendo o futuro. Em relação à religião, Jesus estabeleceu à igreja com ordem e disciplina, organizada por uma liderança espiritual: pastores, presbíteros, diáconos (I Timóteo 3.1-7 ; Hebreus 13.17 ; Efésios 4.12). E no que diz respeito ao estado e aos governantes civis, mesmo imperfeitos, os cidadãos devem se submeter às autoridades governamentais: Romanos 13 ; I Pedro 2.13-17. Mesmo sabendo da possibilidade de um governo ser o responsável pela execução de cristãos - mas enquanto possível, enquanto o governo não mandasse a igreja desobedecer a Deus, os apóstolos ordenaram que os cristãos se submetessem exemplarmente. Esse mesmo princípio é verdadeiro para a contemporaneidade, considerando que uma das bênçãos trazida pela governança, que a priori deve ser ética e justa, é a restrição do mal: "Pois os governantes não são terror para a boa conduta, mas para a má. Você não temeria aquele que está em autoridade? Então faça o que é bom, e você receberá a aprovação da autoridade, pois é serva de Deus para o bem. Mas se você errar, tenha medo, pois a autoridade não traz a espada em vão. Pois é serva de Deus, vingadora que aplica a ira de Deus sobre o malfeitor" (Rm 13.3,4). Indivíduos rebeldes à lei devem temer os governantes, pois eles não carregam o juízo em vão. A eles foi dada a responsabilidade de estabelecer a lei e a ordem.

EXECUÇÃO DA JUSTIÇA

De uma maneira diferente da esfera familiar e eclesiástica - o Estado recebe de Deus a prerrogativa da punição social. O apóstolo Paulo refere-se aos governantes como "vingadores", que vem de um termo grego " ?κδικος " que significa literalmente punidor. É o papel dos governantes agir como servos de Deus em favor da ordem e executar a sentença. As autoridades civis devem executar a justiça que não lhes é dada em vão; devem usá-la e quando exercida adequadamente, é uma bênção para toda a sociedade. Atualmente vemos as cidades cheias de vadiagem, desordeiros, saqueadores, criminosos, criadores do caos espalhados pelas ruas brasileiras. Em cada grande centro encontramos um sistemático descolamento da lei, da ordem e de Deus, indo em direção à anarquia. Embora todo sistema estatal seja impuro e pecaminoso, mas é muito melhor do que a ilegalidade e a anarquia. Temos um governo federal que tem trabalhado arduamente em favor da consolidação do respeito e da ordem. A autoridade, o respeito e a ordem foram estabelecidas pelo próprio Deus. A bênção do exercício governamental, que legalmente executa a justiça, fica evidente quando criminosos são pegos e condenados. Toda a sociedade se beneficia de um governo que executa a justiça restringindo o mal por meio da justa lei. Por essa razão, devemos agradecer a Deus pelo estabelecimento da ordem nessas três áreas de vital importância. Não podemos querer viver em um mundo atormentado pela anarquia. Felizmente, Deus estabeleceu a hierarquia nessas três esferas para nosso bem. Portanto, conscientes, não devemos apenas nos submeter às autoridades, familiar, eclesiástica e civil, mais que isso, em especial, devemos cumprir o desafio de abençoá-las em fervente oração (I Timóteo 2.1,2).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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