SEM SEGURANÇA

Creatina: fábrica interditada em Jundiaí fornecia a grande marca

Por Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
How to Gym / Unsplash
O suplemento alimentar é normalmente utilizado por pessoas que fazem malhação, para ganho de massa muscular
O suplemento alimentar é normalmente utilizado por pessoas que fazem malhação, para ganho de massa muscular

Em uma reportagem veiculada pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo (1º), um caso que aconteceu em Jundiaí ganhou repercussão nacional. Isso porque uma fábrica instalada na cidade, que fornecia o suplemento alimentar creatina a uma grande marca, foi interditada. A investigação, conduzida pelo DEIC/DIG/3º DP - Fraudes Financeiras e Econômicas de São Paulo, teve ação conjunta com a Vigilância Sanitária de Jundiaí.

Em nota, a Vigilância Sanitária de Jundiaí, órgão da Unidade de Gestão de Promoção de Saúde (UGPS) informa que a ação aconteceu em 5 de novembro. O estabelecimento em questão foi autuado e instaurado Processo Administrativo Sanitário (PAS) com a lavratura concomitante de medida cautelar de interdição para apuração das infrações verificadas.

Os processos contra a empresa estão em fase de recurso, após apresentação da defesa, que pede revisão das penalidades julgadas. Se não houver mais recursos contra a decisão judicial, as infrações sanitárias que restarem comprovadas e respectivas sanções serão publicadas na IOM – Imprensa Oficial do Município.

Entenda o caso

A reportagem produzida pelo Fantástico mostra a investigação de Yuri Silveira de Abreu e a esposa, Fabiula de Arruda Freire, que são donos da Soldiers Nutrition e conhecidos como "rei e rainha da creatina". O casal tem uma fábrica própria de produção do suplemento, mas, por conta da alta demanda, terceirizou a produção também para outras empresas. Entre elas, a de Jundiaí, que foi fechada.

Na ocasião de averiguação, as equipes constatam que a fábrica na cidade não possuía licença para produzir o suplemento e que "as instalações e os equipamentos não tinham condições higiênicas e sanitárias satisfatórias". A reportagem da Globo teve acesso a um grupo de mensagens em que dirigentes da empresa falavam sobre os produtos e, em ocasiões de reclamação, clientes da marca encontraram larva e o que parecia ser teia de aranha nos potes de creatina da Soldiers.

A sede do grupo, que não fica em Jundiaí, já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão em outubro e, em visita de agentes da Vigilância Sanitária, as condições do local não eram satisfatórias, por faltarem, por exemplo, "dispositivos de proteção contra a entrada de pragas" e por haver produtos impróprios para consumo.

Ainda segundo o Fantástico, a Soldiers também é investigada por possíveis manobras financeiras, como fraudes fiscais para sonegar impostos e lavagem de dinheiro. Segundo Yuri Silveira de Abreu, o faturamento da empresa chegou a R$ 150 milhões em 2023. Para 2024, a projeção, segundo ele, é de R$ 250 milhões. A defesa da empresa informou à reportagem da Globo que a "investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas" e que os "produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia".

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