A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou recentemente o projeto de lei que proíbe o uso de telefone celular e de outros aparelhos eletrônicos portáteis por alunos da educação básica em escolas públicas e particulares, inclusive, no recreio e nos intervalos entre as aulas. Além de proibir o uso, o texto proíbe também o porte de celular por alunos da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, como forma de proteger a criança de até 10 anos de possíveis abusos.
A proposta autoriza, por outro lado, o uso de celular em sala de aula para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos da educação básica. Permite ainda o uso para fins de acessibilidade, inclusão e condições médicas. As escolas já estão se adaptando: caixas para guardar celulares e perda de pontos em avaliações são algumas das estratégias usadas para que estudantes não se distraiam nas salas de aula em muitas unidades escolares. Mas isso é uma ponta apenas dessa nova realidade.
Enquanto o governo se preocupa e estabelece limites para as crianças, os idosos passam por outro desafio. A tecnologia está aí: para serviços bancários, marcação de consultas entre tantas outras possibilidades. Mas esbarramos em outros problemas: questões como problemas de visão, audição e agilidade motora podem dificultar o uso de dispositivos pequenos e telas touch. Além disso, dificuldades cognitivas relacionadas à idade podem tornar o aprendizado de novos conceitos mais desafiador.
Outro fator importante é a compreensão sobre privacidade digital, fundamental para qualquer usuário da internet, mas, para os idosos, essas questões podem ser mais complexas.
O que eu quero dizer é que o letramento digital é essencial no mundo atual, pois permite que as pessoas participem de forma ativa e informada na sociedade, no mercado de trabalho e nas interações sociais. Ele possibilita, por exemplo, o acesso a melhores oportunidades de emprego, a interação com serviços públicos e o engajamento em temas importantes da sociedade, como saúde e educação. Em um mundo cada vez mais conectado, a falta de letramento digital aumenta o risco de exclusão social.
E o que podemos fazer para mudar ou ajudar nessa realidade? Ser mais empáticos com o cidadão, obedecer as leis que estão surgindo, mas pensar sempre além. Quanto mais você facilitar com linguagem clara, interface intuitiva, treinamentos gratuitos, tutoriais, mais você consegue inserir as pessoas nesse universo.
Investir no letramento digital para o público em geral, especialmente para as mais vulneráveis digitalmente, é uma ação que demonstra responsabilidade social e compromisso com a inclusão. Além de ajudar as pessoas a usufruírem das vantagens da tecnologia, essas iniciativas criam laços de confiança e fidelidade. A longo prazo essas ações tornarão a sociedade mais justa e conectada.
Amauri Marquezi de Luca é executivo de Tecnologia da Informação e Comunicação, diretor-presidente da Companhia de Informática de Jundiaí e presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Jundiaí
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