Durante os primeiros anos de vida, as crianças atravessam uma série de marcos fundamentais que definem o curso de seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Para que os pais possam desempenhar um papel ativo nessa jornada, é preciso entender como o ambiente, tanto em casa quanto na escola, influencia nesse processo.

No último domingo, 25 de agosto, foi celebrado o Dia Nacional da Infância. A data é baseada na Lei 12.602/12, que instituiu a Semana e o Dia Nacional da Educação Infantil, em homenagem à data de nascimento da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, falecida em um terremoto no Haiti.

Para Carolina Segala Daré, pedagoga, licenciada em Letras com especialização em desenvolvimento infantil com base nas neurociências, psicomotricidade e dual language and immersion educacion, que atua como coordenadora da Educação Infantil e Bilíngue na escola FourC Bilingual Academy, um ambiente estimulante e seguro é importante para o desenvolvimento das crianças.

"Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, mas o ambiente em que ela está inserida, seja em casa ou na escola, é determinante para que esse processo ocorra de maneira saudável", comenta.

De acordo com o Ministério da Saúde, do nascimento até os três meses, os bebês começam a responder a sons, prestar atenção aos rostos e desenvolver controle motor básico, como levantar as pernas quando estão de barriga para cima.

Já entre três e seis meses, eles começam a levar objetos à boca e a emitir sons. É um período onde o desenvolvimento motor e a curiosidade natural do bebê começam a se manifestar. Entre os seis e doze meses, o bebê aprende a sentar-se sozinho, manter-se em pé com apoio e a falar as primeiras palavras simples, como "mamãe" ou "papai".

Em seguida, entre 13 e 18 meses, a criança começa a adquirir independência e a andar sozinha, ainda que procure constantemente o olhar de aprovação dos pais. Ao se aproximar dos dois anos, a criança começa a brincar com objetos e a interagir mais com outras crianças, demonstrando personalidade própria e desafiando limites.

Entre os dois e três anos, as habilidades linguísticas e cognitivas da criança se expandem significativamente. Aos quatro anos, a criança já é capaz de se vestir sozinha, brincar de faz-de-conta e interagir de forma mais complexa com outras crianças. O desenvolvimento motor também avança, permitindo que corram, pulem e participem de jogos mais elaborados.

Apoio ao desenvolvimento

Carolina explica que a interação dos adultos faz diferença no processo. "Quando os pais percebem que a criança está próxima de alcançar um determinado marco, eles podem adotar práticas que incentivem esse desenvolvimento, como modelar a linguagem ou estabelecer rotinas que ajudem na autonomia", sugere.

A construção da autonomia e da segurança também são aspectos importantes a serem observados. Segundo Carolina, crianças que se sentem capazes de realizar tarefas sozinhas tendem a desenvolver uma autoestima saudável e uma maior confiança em enfrentar novos desafios.

Parceria com a escola

A colaboração entre escola e família é um dos pilares para o desenvolvimento integral da criança. Quando as expectativas dos pais estão alinhadas com as práticas escolares, a criança se beneficia de um ambiente consistente e encorajador, onde se sente segura para explorar, errar e aprender.

Em muitas situações, a observação atenta de professores pode revelar comportamentos e necessidades que passam despercebidos no ambiente familiar.