HOMICÍDIO

Caso Thallita: Acusado de matar médica do Vale vai a júri popular

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução
Thallita da Cruz Fernandes foi assassinada em São José do Rio Preto
Thallita da Cruz Fernandes foi assassinada em São José do Rio Preto

O namorado acusado de matar a médica Thallita da Cruz Fernandes, 28 anos, e esconder o corpo dela dentro de uma mala, vai a júri popular. A vítima foi encontrada morta no apartamento em que morava em São José do Rio Preto, em 18 de agosto de 2023. A decisão da Justiça de São Paulo foi publicada na última terça-feira (16).

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O réu é Davi Izaque Martins Silva, 27 anos, que foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, em setembro de 2023, por homicídio qualificado por motivo torpe, crueldade e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Em depoimento à Polícia Civil de São José do Rio Preto, Davi admitiu ter usado drogas antes do crime e disse que atacou a vítima enquanto ela dormia.

Natural de Guaratinguetá, a médica foi encontrada morta dentro de uma mala, no apartamento dela, em um bairro nobre de São José do Rio Preto. Ela estava nua e com vários ferimentos no rosto. Thallita teria sido morta com cerca de 30 facadas.

A Justiça decidiu que o réu deve permanecer preso até o dia do julgamento. Ainda não há data para a realização do júri popular. “Trata-se de pessoa de índole perigosa, cuja liberdade afrontaria a comunidade”, diz a decisão da Justiça.

O crime foi descoberto após uma amiga tentar falar com Thallita no apartamento dela para verificar a razão pela qual, desde o dia anterior, a vítima não respondia às mensagens da mãe, que vive em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba.

Entenda o caso.

O delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior, titular da Delegacia de Homicídios de São José do Rio Preto, disse que, antes de ser morta, a médica discutiu com o namorado por causa do consumo de drogas dele.

“Ela perguntou ao Davi como ele tinha dinheiro para drogas e bebidas, mas não podia ajudar nas despesas da casa. Foi uma discussão acalorada, mas o casal se entendeu depois, segundo o depoimento dele”, disse o delegado.

Após a discussão, ainda segundo as investigações, Thallita foi dormir e Davi foi para a sala, onde tomou duas cervejas. A perícia encontrou as embalagens no local.

Com a médica na cama, Davi se levantou, foi até a cozinha, pegou a faca e foi para o quarto de Thallita. “Nesse momento, ele atacou Thallita a facadas enquanto ela dormia”, disse o delegado.

Na avaliação da polícia, a médica queria terminar o relacionamento e Davi não concordava, especialmente porque dependia financeiramente dela e não queria abrir mão do padrão de vida que a namorada proporcionava.

“Achei que era um crime passional no início, mas a minha convicção agora é que foi um crime por interesse patrimonial”, disse Oliveira Júnior.

O namorado deixou o apartamento na tarde do dia do crime, após pedir um carro de aplicativo. Ele foi preso no dia seguinte e, inicialmente, havia dito que sofreu um “lapso de memória”.

Corpo na mala.

O crime foi descoberto após a mãe da médica estranhar a falta de comunicação com a filha na noite de quinta-feira (17) e, no dia seguinte, pediu para uma amiga de Thallita ir até o apartamento.

Antes de ir ao imóvel, a amiga mandou mensagem para a médica pelo Whatsapp e estranhou a resposta. A médica dizia que não podia falar porque o dia de trabalho estava muito corrido, mas a amiga afirma que Thallita estaria de folga na sexta-feira e, ao insistir nas perguntas, a médica teria parado de responder.

Então, a amiga foi até o prédio onde Thallita morava e, ao chegar ao local, o porteiro informou que a médica não havia saído da residência.

Estranhando a situação, a amiga chamou a Polícia Militar. Ao entrar no quarto, os militares encontraram a vítima morta, com o corpo nu, dentro de uma mala. Ela tinha diversos cortes no rosto e o banheiro estava ensanguentado.

Carreira.

Thallita havia se mudado para Rio Preto para cursar a faculdade de Medicina na Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto). Ela se formou em 2021 e atualmente dava plantões em Bady Bassitt, cidade vizinha.

Oliveira Junior afirmou que a intenção de Davi era tirar o corpo da namorada do local do crime, porém ele desistiu após a mala em que ele a colocou quebrar.

“A mala rasgou. O objetivo dele era sair [do apartamento] com o corpo dela dentro da mala, mas como ela estava rasgada, ele não conseguiu", afirmou o delegado.

O casal estava junto havia três anos. Há pouco mais de um ano, Davi passou a ficar por vários dias da semana no apartamento de Thallita. Quando a médica viajava para visitar os pais, em Guaratinguetá, o rapaz ficava no imóvel e costumava dar festas para os amigos no local, segundo o delegado. “Por algumas vezes houve reclamações dos vizinhos devido ao barulho causado por Davi”, disse Oliveira Junior.

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