VEIO DE FORA MORAR

Operação Voto Certo deflagrada pela PF apreende documentos ligados a fraudes eleitorais

As investigações identificaram pessoas que se mudaram para Castilho, SP, vindas de outros estados, e que declaram morar no mesmo endereço

Por Priscilla Andrade | 19/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Ação deflagrada pela Polícia Federal de Jales em um dos endereços de investigados
Ação deflagrada pela Polícia Federal de Jales em um dos endereços de investigados

A Polícia Federal de Jales deflagrou na manhã desta sexta-feira, 19, a Operação Voto Certo, fruto de investigação para reprimir crimes de fraudes em inscrições eleitorais, com induzimento de eleitores e falsificação de documentos. Os casos ocorreram em Nova Castilho, a cerca de 68 km de Araçatuba.

Os policiais federais deram cumprimento, na cidade-alvo, a quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral de Auriflama. O objetivo da execução da ordem era apreender documentos, celulares e mídias relacionadas à prática dos crimes que despontaram nas investigações, além de outros elementos de prova.

Alvos
A reportagem apurou que um dos mandados expedidos pela Justiça foi cumprido na Casa da Agricultura, órgão público que pertence ao município de Nova Castilho.

Em entrevista à Folha da Região, o chefe da Polícia Federal de Jales, Alexandre Manoel Gonçalves, explicou que as investigações apresentaram resultados logo nos primeiros meses de levantamentos. Nesta primeira fase, não foram efetuadas prisões, mas alguns envolvidos foram identificados e a polícia não descarta a participação de mais pessoas.

"Os materiais apreendidos foram encaminhados para o setor técnico- cientifico da Polícia Federal para análise e realização de perícia. Estamos diante de uma investigação que continua. Nesta fase não ocorreram prisões, no entanto, as provas colhidas podem dar novos rumos às investigações", adianta o delegado.

O trabalho agora é identificar todos os envolvidos, o que inclui os eventuais eleitores que realizaram transferências recentes de título eleitoral para Nova Castilho, sem nenhum vínculo com a cidade.

"Temos indícios a partir do material eleitoral apreendido, que os investigados nesta fase da operação, que declararam residência em Nova Castilho, não possuíam vínculos com a cidade, e alegaram transferência no mesmo período e que chegaram a declarar o mesmo endereço e isso chamou a atenção. Estamos no início de uma nova fase da operação a partir daqui", explica Gonçalves.

Os investigados poderão, de acordo com a Lei 4.737/65, Código Eleitoral, entre outros, responder pelos crimes previstos em Lei, desde inscrever-se fraudulentamente como eleitor, com pena de até 5 anos  de reclusão e multa, de induzir alguém a se inscrever como eleitor com infração de normas eleitorais, com pena prevista de até 2 anos e multa até fazer uso de documentos falsificados ou alterados, com pena de até 5 anos e multa.

A ação deflagrada pela Polícia Federal se antecipou às eleições que serão realizadas este ano, em conjunto com a Justiça Eleitoral. A parceria tem sido realizada em diversas ações dedicadas ao combate de crimes eleitorais na região.

A operação realizada nesta data já é a segunda deste ano. Em janeiro, a Polícia Federal cumpriu, em investigação também de fraude em inscrições eleitorais, mandado de busca e apreensão na cidade de Valentim Gentil. De acordo com informações da polícia, há 44 municípios monitorados de perto pela Polícia Federal de Jales e o intuito não é só para reprimir mas para prevenir as práticas eleitorais ilegais.

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