SAFRA 2023/2004

Clima desfavorável impacta produção agrícola na região Noroeste Paulista

Escassez de chuvas e temperaturas elevadas resultam em queda significativa na safra, afetando produtores locais e a produção de grãos em todo o país

Por Wesley Pedrosa | 19/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Reprodução

A produção brasileira de grãos nesta safra deverá alcançar 295,6 milhões de toneladas
A produção brasileira de grãos nesta safra deverá alcançar 295,6 milhões de toneladas

As condições de intenso calor, somadas à escassez e má distribuição das chuvas no Noroeste Paulista, especialmente durante o último trimestre de 2023, resultaram em uma considerável redução na estimativa da safra 2023/2024 para os produtores da nossa região.

O presidente do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), Thomas Rocco, disse que os números finais não foram fechados, mas descreveu a safra recente como desafiadora, destacando os obstáculos enfrentados pelos produtores rurais locais. "A safra de soja foi bastante prejudicada, devido ao clima instável e à falta de chuvas em momentos cruciais do ciclo de desenvolvimento da cultura. Isso resultou em baixas produtividades e preços pouco remuneradores para os agricultores da região."

Os produtores da Alta Noroeste enfrentaram uma verdadeira batalha contra os elementos climáticos, com a escassez de chuvas, impactando severamente o ciclo da soja. A janela de plantio ideal não se concretizou, resultando em altas temperaturas e estresse hídrico no início do ciclo. "Historicamente, enfrentamos uma redução de quase 50% nas precipitações esperadas para o período, o que comprometeu significativamente o desenvolvimento das lavouras", ressaltou Rocco.

Conforme informações fornecidas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), com sede em Birigui, as precipitações registradas durante o primeiro quadrimestre deste ano ficaram aquém do esperado, comparativamente aos anos anteriores. Os dados indicam que, em janeiro, as chuvas totalizaram 258,8 mm, mantendo-se dentro da média histórica. Entretanto, em fevereiro, houve uma diminuição significativa, com apenas 162,9 mm de chuva, abaixo da média esperada. Em março, a situação não se reverteu, registrando-se apenas 131,6 mm, também abaixo da média. Até o dia 16 de abril, foram contabilizados apenas 98,3 mm de chuva, demonstrando uma persistência no padrão de precipitação abaixo da média para o período.

Diante dos desafios enfrentados na safra de soja, cana-de-açúcar, milho, entre outras culturas, as expectativas para a safrinha não são otimistas. Rocco observa que muitos produtores estão cautelosos, com investimentos reduzidos e uma diminuição na área plantada. "A janela ideal de produtividade foi perdida, o que resultará em uma menor área plantada de milho. Alguns ainda optarão pelo sorgo, como muitos produtores de Birigui, mas o manejo do solo e a utilização de braquiária serão priorizados", destacou.

Ele analisa que, apesar das expectativas iniciais de preços favoráveis, a realidade foi diferente. "Começamos a safra com expectativa de preços elevados, mas acabamos enfrentando uma redução significativa durante a colheita. Os preços despencaram, tornando a situação ainda mais desafiadora para os produtores", relatou.

Não foi apenas na região Noroeste que houve queda na produção, mas em nível nacional. Segundo o 6º Levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no início de abril, a produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deverá alcançar 295,6 milhões de toneladas. Esse número representa uma redução de 7,6% em relação ao ciclo anterior, equivalente a uma diminuição de 24,2 milhões de toneladas a serem colhidas. Essa queda é atribuída principalmente à diminuição de cerca de 7,1% na produtividade média esperada, que passa de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.

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