DO CIRCO PARA ESCOLA

Ex-circense ‘foge do circo’ e hoje é diretora de escola estadual em Valparaíso

Por Wesley Pedrosa | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Governo de São Paulo
Sandra usa práticas circenses para atrair a atenção de estudantes
Sandra usa práticas circenses para atrair a atenção de estudantes

Existem histórias que marcam e chamam a atenção. Sandra Rombi, aos 53 anos, nasceu em Mirandópolis, mas já viveu em centenas de cidades até 23 anos atrás, quando se afastou de seu primeiro ofício, o de trapezista de circo, para se dedicar exclusivamente ao papel de professora, seu sonho desde criança.

“Talvez eu seja uma exceção, mas sempre soube que queria ser professora. Eu tinha paixão pelo circo, mas minha verdadeira vocação sempre foi a educação”, diz Sandra.

Neste ano, Sandra completa 10 anos à frente da direção da Escola Estadual Professor David Golias, na cidade de Valparaíso, onde fixou morada com os dois filhos. Hoje em dia, ela continua seguindo o circo por onde ele vai, mas para visitar os pais, que são donos do espaço de espetáculo viajante.

“As pessoas costumam dizer ‘tal pessoa fugiu com o circo’ e posso dizer que foi o que aconteceu com o meu pai, que seguiu as irmãs que se casaram com homens circenses aos 14 anos, comprou o próprio circo aos 18 anos, conheceu a minha mãe aos 20 anos e ela deixou a casa dos pais para acompanhá-lo. Eles estão juntos nessa paixão e trabalho até hoje. Desde criança, eles valorizaram muito os meus estudos e dos meus irmãos gêmeos, tanto é que posso dizer que fugi do circo para seguir meu sonho de ser professora, sempre com o apoio dos meus pais”, conta Sandra.

Aos 20 anos de idade, Sandra deu início à formação em Letras e posteriormente à de Pedagogia. Aos 23, já atuava como professora e manteve dois empregos — o de trapezista de circo e docente —, até os 30. Atualmente, quando vai até a cidade onde o circo está montado aos finais de semana para visitar os pais, apoia ambos na bilheteria. O pai, vez ou outra, faz as apresentações de palhaçaria, mas assim como Sandra, os genitores também são ex-trapezistas.

Assim como Sandra, o filho de 30 anos seguiu carreira na docência. Já a filha, de 17 anos, pretende fazer faculdade de farmácia. O circo continua sendo 100% familiar.

“O que eu mais gostava quando criança era de brincar de escolinha e meus pais faziam questão que eu não faltasse a nenhum dia da escola, independentemente da cidade em que estávamos com o circo montado. Ter tido essa oportunidade e se eu não fosse persistente quanto aos meus estudos, não estaria onde estou hoje. Por isso, eu sempre mostro para os estudantes da minha escola que eles podem ir longe, enfrentar adversidades e conquistar seus sonhos”, diz Sandra.

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