INVESTIGAÇÃO

Deputada questiona se armas desviadas da PM foram usadas em mega-assalto

A deputada estadual Ediane Maria do Nascimento (PSOL) solicitou esclarecimentos à Secretaria de Estado da Segurança Pública

28/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Alesp/Divulgação

Deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) pede esclarecimento
Deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) pede esclarecimento

A deputada estadual Ediane Maria do Nascimento (PSOL) solicitou esclarecimentos à Secretaria de Estado da Segurança Pública sobre o uso de armamento desviado dos órgãos de Segurança Pública, incluindo as polícias Militar e Civil do Estado de São Paulo, no mega-assalto ocorrido em Araçatuba em agosto de 2021.

O requerimento de informações, apresentado na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), foi motivado por uma reportagem do portal UOL que revelou que o armamento utilizado no mega-assalto em Araçatuba foi posteriormente empregado em outros crimes, alguns deles considerados hediondos. Parte desse armamento, segundo a reportagem, teria sido desviado dos órgãos de Segurança Pública do Estado.

"A matéria publicada pelo UOL traz à tona questões sérias sobre a gestão e custódia de armamento nas forças de Segurança Pública de São Paulo. Diante dos fatos apresentados, é essencial que a Secretaria de Segurança Pública investigue a fundo o ocorrido, a fim de identificar e responsabilizar os envolvidos no desvio de armas. Este requerimento se faz necessário para garantir transparência e segurança à população do estado", justifica a deputada Ediane no documento protocolado.

Este requerimento, apresentado em 6 de março de 2024, busca esclarecer os procedimentos adotados pela Secretaria de Segurança Pública em relação ao armamento sob sua responsabilidade, bem como as medidas tomadas para evitar desvios e garantir a segurança da população.

Até o momento, a Justiça condenou nove homens pelos ataques a agências bancárias de Araçatuba, que deixaram três mortos e um prejuízo de R$ 17 milhões. Juntas, as penas ultrapassam 470 anos de prisão em regime fechado. Outros nove réus foram absolvidos por insuficiência de provas.

Conforme de decisão da 1ª Vara Federal de Araçatuba, dos 18 réus, nove foram condenados a penas de 40 a 65 anos de prisão por integrar organização criminosa, latrocínio consumado e tentado, roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade das vítimas, emprego de arma de fogo e explosão de obstáculos, incêndio e acionamento de explosivos.

Mega-assalto
Na noite do dia 29 de agosto de 2021, membros da organização criminosa, fortemente armados, entraram em Araçatuba em veículos blindados e fizeram ataques simultâneos a agências bancárias e às sedes do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP) e do Comando de Policiamento do Interior (CPI-10).

Veículos na região central e nas rodovias de acesso à cidade foram incendiados, para impedir o deslocamento da equipe policial. Próximo à Praça Rui Barbosa, onde estão situadas as agências roubadas, os assaltantes fizeram reféns e "armaram" explosivos.

Após o ataque, o centro da cidade permaneceu isolado durante dois dias, até que os explosivos fossem desarmados. Três pessoas morreram, sendo dois moradores e um criminoso. Outras cinco também ficaram feridas, entre elas, um ciclista que teve os pés amputados após ser atingido por um explosivo.

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