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Saiba como problemas na tireoide podem afetar a sua saúde em geral

Por Redação |
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ESPECIALISTA O médico endocrinologista Isío Carvalho de Souza, de Araçatuba, conversou com a reportagem da Folha/Júlia Mantovan
ESPECIALISTA O médico endocrinologista Isío Carvalho de Souza, de Araçatuba, conversou com a reportagem da Folha/Júlia Mantovan

A tireoide é uma glândula localizada na altura do pescoço, que produz os hormônios T3 e T4, responsáveis por diversas funções do organismo como, por exemplo, batimentos cardíacos, movimentos intestinais, a capacidade de concentração no cérebro etc. Há dois principais distúrbios que podem afetar a glândula e causar uma série de problemas para a saúde de uma pessoa, são eles o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.

Segundo o médico endocrinologista Isio Carvalho de Souza, de Araçatuba, existem alguns tipos de alteração na tireoide, que podem ser funcionais e anatômicas. "Existe a tireoide que fica em um tamanho maior, com alguns nódulos, a que fica diluída, e também com nódulos que podem evoluir para câncer. Em termos de função, os mais comuns são o hipertireoidismo e o hipotireoidismo", explica. Esses problemas são responsáveis pela deficiência da produção do hormônio, e os principais sintomas são cansaço, desânimo, queda de cabelo, dores no corpo, unhas quebradiças, intestino preso, alteração de pressão e colesterol etc. O médico ressalta que não identificar esses o mais rápido possível resulta em problemas graves. "Pode, inclusive, levar à morte", diz.

O especialista ainda diz que, no caso de crianças, um recurso que torna possível o diagnóstico de imediato é o teste do "pezinho". "Ele serve para diagnosticar crianças que nascem sem a glândula da tireoide", conta. De acordo com ele, a cada 2.500 crianças que nascem no estado de São Paulo, uma nasce sem uma parte da tireoide ou até sem a glândula completa, o que pode levar à morte caso a descoberta seja tardia.

No caso do hipotireoidismo, a produção dos hormônios é quase nula, e só existe um tipo de tratamento. As pessoas que possuem essa condição tomam remédios, que, segundo o médico, são os próprios hormônios da tireoide. "Eles substituem parcialmente a função que a glândula deveria fazer", explica Souza. Um dos principais sintomas do hipotireoidismo é o aumento de peso, porém, diferente do que muitas pessoas pensam, não é um aumento tão significativo. "Isso é mais um mito que surgiu", fala.

Já no caso do hipertireoidismo, o efeito é contrário. A produção dos hormônios é feita excessivamente. Para ele, existem três tipos de tratamento: o medicamentoso, cirúrgico e o iodo radioativo, em que se aplica via oral o iodo 131, para que seja feita a destruição dos hormônios.

De acordo com Souza, essas doenças são mais comuns em mulheres. "Atingem em torno de 8 a casa 9 mulheres para cada homem", afirma. E também podem, na maioria das vezes, ser de causa hereditária. "Se você tem um parente próximo, de primeiro grau, que tenha algum problema na glândula, muito provavelmente você terá problemas na tireoide", explica. Ele ainda completa dizendo que, é possível ter as doenças em todas as etapas da vida, porém os períodos mais comuns são durante a menopausa, logo após o parto e durante a gravidez, para as mulheres, e também durante a adolescência e a puberdade.

A vendedora Alane Mangabeira, de 21 anos, sofre de hipotireoidismo e conta que, no seu caso, é hereditário. "Meus avós também possuem a doença". Ela diz que, os sintomas possíveis de identificar foram o sono excessivo, cansaço, as unhas frágeis e a queda de cabelo. A doença foi descoberta quando Alane tinha 17 anos. "Descobri logo no início", diz. Desde então, ela tem feito o uso de medicamentos controlados todos os dias.

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