Dados divulgados no começo do ano relatam um fato que já era notado desde o agravamento da pandemia, em meados de 2020, o número de pessoas que está indo morar nas ruas está maior.
Os números foram divulgados por diferentes prefeituras do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e São José dos Campos, na RMVale.
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Além disso, o censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que está atrasado há dois anos, não leva em conta as pessoas nessa situação, visto que os entrevistadores percorrem somente as residências.
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Mesmo assim, os dados são alarmantes, cerca de 32 mil pessoas estão morando nas ruas da capital paulista, segundo pesquisa da prefeitura feita no início de janeiro. O número representa um crescimento de 31% durante a pandemia. Já na capital fluminense, o aumento foi de 20%, com cerca de 7.500 pessoas vivendo nas ruas.
O problema também foi sentido na região do Vale. São José dos Campos registrou crescimento de 66% dessa população, entre maio de 2020 e janeiro de 2022, com cerca de 150 moradores de rua.
A prefeitura da cidade negou que a pandemia tenha ligação com o aumento dessa população, atribuindo o problema social a dependência química, fragilização de vínculos familiares e econômicos.
Motivos
As pesquisas realizadas nas capitais mostram que a pandemia acentuou e mudou o perfil das pessoas que ficaram sem moradia fixa.
Em São Paulo, 40% dos moradores de rua vieram de outros estados em busca de emprego, em sua grande maioria homens. Porém, quase 30% dos entrevistados afirmaram que a perda do trabalho levou ele e sua família a essa situação. O número de mulheres na rua também cresceu, chegando a 16% do público total.
“Muitas pessoas não tiveram mais condições de pagar aluguéis, então, a gente hoje vê muitas famílias nas ruas. As pessoas ficaram sem opção”, ressaltou a advogada Pamella Oliveira, uma das fundadoras do coletivo Pretas Ruas, que atende a mulheres e homens trans em situação de rua.