A visibilidade da superlua no final de semana, um evento perceptível a olho nu, impõe desafios aos fotógrafos que utilizam smartphones devido à dificuldade em capturar o astro com nitidez. O fenômeno de imagens borradas, segundo Michael Brown, professor associado de astronomia da Universidade Monash, na Austrália, é explicado principalmente pela superexposição à luz causada pela tentativa do celular de compensar o fundo escuro do céu noturno.
Apesar de a Lua ser uma superfície iluminada diretamente pelo Sol, o contraste com a noite terrestre leva o sensor do celular a saturar a imagem. Especialistas fornecem orientações para aprimorar o resultado.
Uma solução prática para o excesso de brilho é registrar a Lua logo após o crepúsculo. A NASA aponta o crepúsculo como o momento ideal, pois o céu ainda não está totalmente escuro, o que reduz o contraste com a Lua e permite que elementos em primeiro plano permaneçam visíveis.
Para quem prefere a fotografia noturna, a redução manual da exposição é recomendada. Brown sugere o uso de aplicativos específicos para fotografia noturna que ajustam a exposição automaticamente. Alternativamente, pode-se bloquear a exposição automática do celular e ajustá-la manualmente para um nível inferior.
Em modelos de celular com modo profissional, é possível ajustar:
O Desafio do Tamanho e o Uso do Zoom
Apesar de a Lua parecer grande próxima ao horizonte (fenômeno conhecido como "ilusão lunar"), ela frequentemente é registrada com um tamanho reduzido nas fotos. Brown esclarece que as câmeras de celular são projetadas para capturar paisagens amplas, e não objetos distantes que ocupam apenas cerca de 0,5 grau do campo de visão total.
Em relação ao zoom, é necessário cautela:
Para quem não possui zoom óptico, é possível utilizar lentes de zoom acopláveis ao celular ou acoplar o aparelho a um telescópio simples, segurando-o junto à ocular, o que pode revelar crateras e outros detalhes da superfície lunar.
Como o zoom amplifica qualquer movimento, o uso de tripé ou o apoio do celular em uma superfície estável é altamente recomendado. Para evitar tremores no momento do clique, pode-se utilizar o temporizador, o modo de visualização ao vivo ou o botão de volume de fones de ouvido com fio como controle remoto.
O fotógrafo sênior da NASA, Bill Ingalls, em matéria à BBC, sugere focar na criatividade se o zoom for uma limitação. Sugere-se incluir elementos em primeiro plano na composição, o que confere contexto e senso de lugar à imagem, tornando-a mais distinta do que uma foto isolada da Lua.
Michael Brown, também à BBC, incentiva a exploração da capacidade dos celulares em capturar objetos pouco luminosos com amplo campo de visão, como a Via Láctea, auroras ou cometas.