05 de dezembro de 2025
RISCOS À SAÚDE

Saiba quais os efeitos cerebrais do consumo excessivo do açúcar

Por Da Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Freepik
Pesquisa apontou os malefícios no consumo excessivo de açúcar, tanto para o cérebro quando para a microbiota intestinal

Cientistas do laboratório Nutrineuro, na Universidade de Bordeaux (França), investigam como diferentes açúcares interferem em funções cerebrais, emoções e memória. O grupo é codirigido pelo neurobiologista Xavier Fioramonti, pesquisador do Instituto Nacional para a Agricultura, a Alimentação e o Meio Ambiente (INRAE).

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Frutose e seus efeitos no organismo

A equipe concentra parte dos experimentos na frutose, carboidrato presente naturalmente em frutas, mas que também é isolado e adicionado a produtos ultraprocessados. Em estudos com modelos animais submetidos a dietas ricas nessa substância, os pesquisadores observam alterações de comportamento, sinais de ansiedade e falhas de memória. Resultados sugerem que o excesso de frutose modifica a ação das micróglias, células responsáveis pela regulação da neuroinflamação, e pode desorganizar redes neurais ligadas às emoções.

Fioramonti afirma que a ingestão diária acima de 50 gramas de frutose é apontada em pesquisas com humanos como fator de risco metabólico, embora calcular esse consumo com precisão seja difícil, já que o açúcar aparece em diversos alimentos industrializados. No fígado, a frutose tende a ser convertida em gordura, processo associado à resistência à insulina e ao diabetes.

Relação com a microbiota intestinal

O grupo também analisa possíveis impactos do açúcar sobre a microbiota intestinal. Experimentos indicam que mudanças na flora podem liberar moléculas capazes de interferir em circuitos do sistema nervoso e favorecer distúrbios de saúde mental.

Diabetes e transtornos de humor

Em outra frente, os pesquisadores relacionam resistência cerebral à insulina a alterações na atividade da serotonina, neurotransmissor envolvido no controle das emoções, o que pode explicar maior prevalência de ansiedade e depressão em pessoas com diabetes tipo 2.

Segundo Fioramonti, compreender esses mecanismos pode orientar estratégias de prevenção e o desenvolvimento de tratamentos voltados a transtornos metabólicos e mentais ligados ao consumo de açúcares.