27 de dezembro de 2025
TOME CUIDADO!

Ataques de abelhas crescem no país e colocam Piracicaba em alerta

Por Bia Xavier - JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Imagem gerada por IA
Ataques de abelhas aumentaram mais de 80% nos últimos 5 anos.

Recentemente, um passeio no Parque do Piracicamirim, em Piracicaba, virou um susto. Um galho de árvore caiu por causa do vento e revelou uma colmeia, provocando um ataque de abelhas. Um homem foi picado 46 vezes e chegou a desmaiar enquanto era socorrido. Uma criança e uma funcionária do parque também foram picadas. Felizmente, todos estão bem e fora de perigo, mas o caso acendeu um alerta na cidade.

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O caso de Piracicaba mostra um problema maior no Brasil. Ataques de abelhas aumentaram muito: em 2024, foram mais de 34 mil acidentes e 117 mortes. Isso é 82% a mais do que em 2020. As picadas de abelhas são agora a terceira maior causa de envenenamento por animais perigosos no país, superando até picadas de cobras. Especialistas como Rui Seabra Ferreira Júnior, da Unesp, dizem que isso acontece porque há mais criação de abelhas e as mudanças do clima fazem com que elas procurem novos lugares, inclusive nas cidades.

Não existe um remédio específico para picadas de abelha, como há para picadas de escorpiões ou cobras. O tratamento atual apenas alivia os sintomas: antialérgicos para casos leves e adrenalina para reações graves. A boa notícia é que pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um soro antiveneno de abelha. Ele funciona removendo as partes do veneno que causam dor e alergia. Os testes já mostraram bons resultados em pacientes, mesmo nos que foram picados muitas vezes. A próxima etapa é conseguir a aprovação do Ministério da Saúde. Se for aprovado, será um grande avanço médico para o Brasil e o mundo.

Diante da falta de um antídoto imediato, a prevenção e a rápida ação são cruciais. Em Piracicaba e região, a atenção deve ser redobrada. Ao avistar um enxame, a principal recomendação é manter a calma e afastar-se rapidamente do local. Correr em zigue-zague pode dificultar a perseguição das abelhas, que geralmente não perseguem por longas distâncias além de seu ninho. Em áreas urbanas, colmeias devem ser reportadas a autoridades como os bombeiros ou serviços de zoonoses – nunca tente removê-las por conta própria, pois isso pode irritar os insetos e provocar ataques.

Em caso de picadas múltiplas ou se houver histórico de alergia, procure atendimento médico imediato, acionando o SAMU (192) se necessário. Sintomas como dificuldade respiratória, inchaço generalizado, desmaios, diarreia ou vômito indicam uma reação anafilática grave, que exige urgência. Remover os ferrões nos primeiros segundos após a picada, raspando a pele com um cartão, pode reduzir a quantidade de veneno inoculada. É fundamental que, ao socorrer alguém, o socorrista avalie a segurança do ambiente para evitar se tornar uma nova vítima.