O Ministério da Cultura aprovou um projeto da diretoria da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) para juntar recursos para a restauração do Bonde da Esalq, instalado em 1915. O projeto permite a captação de doações por Lei de Incentivo à Cultura, em especial a Lei Rouanet, e prevê a doação de R$ 4,2 milhões para o trabalho. O montante será utilizado para a restauração integral do bonde e do reboque para resgatar as condições originais do veículo. O bonde, porém, ficará em exposição e não será utilizado como meio de transporte.
Saiba mais
Segundo informações da Esalq, a proponente do projeto é a Fusp (Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo) e prevê, após a adesão de doadores, que podem ser tanto pessoas jurídicas como pessoas físicas, que tempo de restauro de 12 a 24 meses em uma oficina em São Paulo. Após o restauro, o bonde e o reboque farão parte do acervo histórico da Instituição e poderá ser apreciado durante visitas culturais que acontecem ao longo do ano no campus da USP em Piracicaba.
Para doar, os interessados podem acessar o site da Fusp (fusp.org.br), e ir até o menu “Doações” e “Doações por Lei de Incentivo”. Então, o doador deve localizar o projeto com o título “Restauro do Bonde Elétrico e Reboque – ESALQ/USP”, e ler com atenção às instruções do projeto. Qualquer pessoa física pode patrocinar o projeto desde que possua IR a declarar (limitado a 6%) ou pessoa jurídica tributada pelo lucro real (limitado a 6%). A doação pode ser feita em qualquer valor, por meio de transferência bancária para a conta específica do projeto
Em 1915, foi instalada uma linha de bondes que ligava o centro da cidade de Piracicaba até a Esalq. A primeira corrida aconteceu em 1916 e, até essa data, os professores, funcionários e alunos da instituição percorriam os cerca de 3 km de trole ou a pé.
O trajeto era percorrido em 12 minutos e, movido à eletricidade, o bonde resistiu à urbanização até 1969, ano em que realizou sua última viagem até a Esalq. Desde então, uma composição bonde-reboque estacionou de forma derradeira no campus da USP em Piracicaba. Em meio ao conjunto arquitetônico e aos jardins tombados pelo patrimônio público, compõem o cenário que representa parte da história da Escola e suas primeiras décadas vivenciadas no início do século 20.
Mas os efeitos do clima foram impiedosos e, apesar da proteção oferecida pela gestão do parque universitário, o bonde sucumbiu à dureza das intempéries. O charme e a harmonia do conjunto de madeira e metal que basicamente compõem o antigo meio de transporte estão desgastados e hoje o bondinho da Esalq permanece no mesmo local, próximo ao Edifício Central e aos Pavilhões de Química e de Agricultura, mas protegidos por alambrado, suas condições de conservação evidenciam a necessidade de restauro.