30 de março de 2025
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NEGOCIAÇÕES

Professores decidem entrar em greve por tempo indeterminado

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
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Apeoesp diz que reivindicações foram entregues ao governo de SP em fevereiro, mas não houve negociação

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) definiu, em assembleia geral realizada na última sexta-feira (21) que os professores da rede estadual de ensino entrarão em greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 25 de abril. Segundo a direção do sindicato, a medida foi tomada para pressionar o governo estadual a abrir negociação da campanha salarial da categoria, que tem data-base no dia 1° de março. A assembleia que pode deflagrar a greve será realizada na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual de Educação.

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De acordo com a segunda presidente da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), a pauta de reivindicações da categoria foi protocolada no dia 19 de fevereiro, mas, até agora, o governo estadual não abriu negociações com a categoria. Ainda segundo a deputada, durante a assembleia, foi acatada a proposta do Conselho Estadual de Representantes, que estabelece um calendário para “acumulação de forças e diálogo com a nossa categoria, com os estudantes, com a comunidade para que possamos fazer uma forte greve com efetiva participação das professoras e dos professores pela base”, disse Bebel.

Segundo a Apeoesp, o calendário aprovado prevê a intensificação da campanha contra escolas cívico-militares, de 24 a 31 de março, a retomada e intensificação de visitas às escolas, realização de articulações com os estudantes, organizar atividades comuns e movimentos sociais. “Também vamos realizar atividades de rua, como aulas públicas, carreatas, panfletagens e outras atividades, assim como vamos organizar abaixo-assinado da comunidade escolar e população em apoio à nossa luta e à educação pública , assim como realizaremos um dia estadual de ‘faixaço’ nas rodovias e  realizaremos assembleias regionais e intensificaremos o diálogo com a comunidade”, completou a segunda presidente do sindicato. “Reivindicamos reajuste imediato do piso nacional  de 6,27% no salário base. Ao mesmo tempo, reivindicamos um plano de recuperação do poder de compra dos nossos salários”, disse.

Outras Reivindicações

A Apeoesp citou, também, que irá lutar contra “o fim do autoritarismo, do assédio moral e das péssimas condições de trabalho, que estão adoecendo professoras e professores”, segundo o sindicato. A deputada Professora Bebel também citou o caso de uma professora da cidade de Diadema, na Grande São Paulo, que faleceu durante a luta contra cobranças excessivas e pela melhoria das condições de trabalho. “O recente falecimento da professora Analu Cerozzi, de Diadema, que sofreu um infarto quando protestava contra o assédio e as cobranças excessivas em plena atividade pedagógica na escola é uma trágica e eloquente denúncia desta realidade. Prosseguimos na luta pela saúde dos professores, pela expansão e melhoria do atendimento do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público do Estado de São Paulo) e por uma Cipa em cada escola, com condições de participação dos professores”, diz Bebel.

A campanha também defende a educação inclusiva, o direito de os professores de alimentarem nas escolas, a contratação de todos os profissionais pelo Estado, sem terceirização e a aprovação da isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês e descontos para quem recebe R$ 7 mil por mês.