A bacia do Rio Piracicaba, que abrange o manancial principal e seus afluentes, apresenta níveis de coliformes fecais 24 vezes superiores ao limite de mil, estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Essa constatação faz parte da pesquisa “Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba”, realizada pela Associação Remo Piracicaba.
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O resultado preliminar foi divulgado recentemente à imprensa e contou com o apoio de diversas instituições, como Mérieux Nutrisciences, BluestOne, EcoMol, Instituto Cerrado do Brasil (ICB) e Caapuã, além de vários pesquisadores e cientistas especializados em recursos hídricos.
Entre os dias 2 e 5 de dezembro de 2024, foram feitas coletas de água em mais de 22 pontos, com a análise de 17 parâmetros, abrangendo toda a extensão do rio, desde sua nascente em Americana até Barra Bonita. A mobilização para o estudo ocorreu após uma mortandade recorde de mais de 250 mil peixes, registrada no início de julho de 2024, em decorrência do descarte irregular de resíduos que afetou 70 quilômetros do curso d'água.
De acordo com o levantamento, 16 dos 22 pontos analisados apresentaram níveis elevados de coliformes fecais, indicando uma contaminação significativa na bacia do rio. Essa situação aumenta a preocupação com a qualidade da água e seus impactos ambientais, além de representar um risco para a saúde pública e a biodiversidade local. O Conama explica que os coliformes fecais são bactérias encontradas nas fezes de animais e humanos de sangue quente e que se desenvolvem em temperaturas médias de 45ºC, favorecendo sua proliferação em ambientes aquáticos contaminados.
O promotor de Justiça do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), Ivan Carneiro, ressaltou que diversos parâmetros analisados estão acima dos limites legais permitidos e que o Ministério Público realizará uma análise mais aprofundada para entender as causas desses problemas e buscar soluções eficazes para os impactos ambientais.