A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classifica o álcool como um carcinógeno do Grupo 1, ou seja, uma substância com comprovação científica de que pode causar câncer em humanos.
Pesquisas científicas apontam que o álcool é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), a substância é classificada no Grupo 1 de agentes cancerígenos, ou seja, aqueles com comprovação científica de que causam a doença em humanos.
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O perigo do álcool está diretamente ligado ao seu processo de metabolização no organismo. No fígado, a substância é convertida em acetaldeído, um composto altamente tóxico e cancerígeno. Esse agente danifica o DNA das células e compromete sua capacidade de reparação, favorecendo a formação de tumores. Além disso, a metabolização do álcool gera radicais livres, moléculas instáveis que provocam estresse oxidativo e afetam a integridade das células saudáveis.
Outro fator relevante é o impacto do álcool nos níveis hormonais. Estudos indicam que o consumo excessivo pode aumentar a produção de estrogênio, hormônio relacionado ao câncer de mama, criando um ambiente propício ao crescimento de células malignas nos tecidos mamários.
O consumo regular de bebidas alcoólicas está relacionado a diferentes tipos de câncer, especialmente em níveis moderados a elevados. Confira os principais:
Câncer colorretal: Beber com frequência pode elevar em até 1,5 vezes o risco desse tipo de câncer, devido ao processo inflamatório que afeta o revestimento do intestino e contribui para mutações celulares.
Câncer de fígado: O consumo excessivo de álcool dobra as chances de desenvolvimento de tumores hepáticos, uma vez que o fígado, responsável pela metabolização da substância, sofre danos acumulativos ao longo do tempo.
Câncer de cabeça e pescoço: Estudos apontam que beber moderadamente já aumenta em quase duas vezes o risco de cânceres na cavidade oral e na faringe. Para bebedores pesados, o risco de câncer de laringe chega a ser 2,6 vezes maior, enquanto o de cavidade oral pode aumentar em até cinco vezes.
Câncer esofágico: A exposição constante ao álcool torna o revestimento do esôfago mais vulnerável a danos celulares, elevando o risco da doença em até cinco vezes entre os bebedores frequentes.
Câncer de mama: O risco para mulheres que consomem álcool regularmente pode ser até 1,6 vezes maior em comparação àquelas que não bebem, devido à influência da substância nos níveis hormonais.
Embora o álcool seja socialmente aceito e consumido em diversas culturas, os impactos negativos para a saúde são amplamente documentados. A conscientização sobre os riscos dessa substância é fundamental, pois muitas formas de câncer poderiam ser evitadas com a adoção de hábitos mais saudáveis e a redução do consumo de bebidas alcoólicas.