Para ser reconhecido como uma Cidade Árvore do Mundo", um município deve atender critérios como a existência de plano de ação para o manejo e a conservação de árvores urbanas, designação de um departamento responsável pelo gerenciamento da arborização e a adoção de uma lei específica sobre o assunto. Além disso, precisava alocar orçamento específico para essa finalidade, desenvolver programas educativos e de divulgação voltados ao tema, promover a celebração do Dia da Árvore ou de eventos similares, entre outras exigências.
Piracicaba passou a integrar este seleto grupo de cidades com a tal certificação, que em inglês chama-se Tree Cities of The World. O título reconhece esforços internacionais para cultivar e manter áreas verdes urbanas. O programa é promovido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Fundação Arbor Day, e incentiva a adoção de práticas sustentáveis na gestão florestal e no estímulo à conscientização da importância das árvores.
Um levantamento da Esalq mostra que áreas sem árvores em Piracicaba são até 2ºC mais quentes do que locais arborizados. Leia sobre este estudo aqui.
No ano de 2023, foram selecionados apenas 159 centros urbanos em várias partes do mundo para participar dessa iniciativa.
Como Piracicaba seguiu essas diretivas, segundo a Prefeitura, conseguiu sua inclusão no programa, "demonstrando seu compromisso com a gestão sustentável das árvores urbanas, o que reforça o comprometimento com a conservação do patrimônio arbóreo, bem como deve atrair novos investimentos e estimular o turismo", cita o governo municipal.
A importância desse programa reside no fato de que as árvores e áreas verdes desempenham papel fundamental na melhoria do ambiente urbano. Elas reduzem a poluição do ar, fornecem sombra, minimizam altas temperaturas, contribuem para a saúde mental e física das pessoas, e ainda promovem a biodiversidade e o embelezamento do cenário.
Esse sistema, já em funcionamento com sucesso em várias cidades, como Porto Alegre (RS) e Campo Grande (MS), e está sendo operado para avaliar as condições físicas e biológicas das árvores existentes em Piracicaba e determinar o manejo mais adequado para cada espécime. Tal iniciativa coloca o município em posição de vanguarda no cenário nacional e contribui para que se torne uma referência em gestão da arborização.
A cada ano, as temperaturas estão mais elevadas. A bolha de calor atinge praticamente todo o Brasil, com regiões mais quentes que a outra. Piracicaba está inserida nessas áreas com clima elevado no Estado, o que preocupa autoridades e ambientalistas.
Um levantamento feito pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho mostra que áreas sem árvores em Piracicaba são até 2ºC mais quentes do que locais arborizados. O docente atua no Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). É especializado em Silvicultura Urbana. "Apesar de ter bastante árvores, Piracicaba não tem uma boa cobertura arbórea que traga sombra. Temos muito arbustos, que são árvores pequenas", disse, em entrevista ao JP. Veja mapas do calor aqui.
A pesquisadora da Esalq Luciana Cavalcante Pereira Rollo fez uma tese de doutorado sobre arborização urbana em Piracicaba. O trabalho tem 10 anos e vai ser publicado agora em uma revista internacional. É o mais completo nesta área envolvendo Piracicaba. Veja informações sobre a tese de doutorado aqui.
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