A Polícia Militar prendeu um homem de 28 anos suspeito de ter matado uma transexual na manhã desta quinta-feira (21). O caso foi apresentado na Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais), onde a prisão foi ratificada. A vítima foi estrangulada.
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar recebeu uma denúncia de que havia um corpo na beira de um córrego, em uma área verde na altura da rua Cabo José Rodrigues da Cunha. Os policiais foram ao local e encontraram um homem saindo do local com a roupa molhada e escoriações no pescoço. Ele foi abordado e questionado sobre o motivo de estar naquele local, mas apresentou desconexas. Na sequência, os policiais foram até a beira do córrego e viram um corpo submerso, que aparentava ser do sexo feminino. O suspeito voltou a ser questionado e acabou confirmando que estava no local na companhia da transexual fazendo uso de bebidas alcoólicas.
Segundo ele, em determinado momento, a transexual teria tentado lhe roubar e, por esse motivo, eles começaram a brigar e caíram no rio. Afirmou ainda que desconhecia que a vítima não sabia nadar. Peritos do Instituto de Criminalística de Piracicaba foram chamados e o suspeito foi levado para a Deic, onde foi indiciado por homicídio e ficou preso.
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Em 2023, houve 155 mortes de pessoas trans no Brasil, sendo 145 casos de assassinatos e dez que cometeram suicídio após sofrer violências ou devido à invisibilidade trans. O número de assassinatos aumentou 10,7%, em relação a 2022, quando houve 131 casos.
Os dados são na 7ª edição do Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras em 2023 da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), divulgado nesta segunda-feira (29) no Ministério dos Direitos Humanos, como parte da programação dos 20 anos do Dia da Visibilidade Trans, que é celebrado anualmente em 29 de janeiro..
Em 2023, a média foi de 12 assassinatos de trans por mês, com aumento de um caso por mês, em relação ao ano anterior. De acordo com o levantamento, dos 145 homicídios ocorridos no ano passado, cinco foram cometidos contra pessoas trans defensoras de direitos humanos.
No ano passado, também foram registradas pelo menos 69 tentativas de homicídio – 66 contra travestis e mulheres trans, além de três homens trans/pessoas transmasculinas (aqueles que, ao nascer, foram designadas como sendo do sexo feminino, mas se identificam com o gênero masculino).
Segundo a Antra, a publicação do dossiê tem o objetivo de contribuir para a erradicação da transfobia, da travestifobia, do transfeminicídio e de outras violências diretas e indiretas contra a população trans no país. A secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, afirma que as trocas de informações pretendem assegurar o direito à vida de pessoas trans. “O dossiê lança luz sobre o problema sistemático que acontece no Brasil, e a gente precisa assumir o compromisso para garantir que a população trans pare de ser assassinada, temos esse desafio”, diz Bruna, que é responsável pela coordenação e análise de dados para produção do dossiê.
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