Um homem morreu após ser esfaqueado no tórax durante uma tentativa de internação compulsória de um dependente químico, em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Segundo a Polícia Civil, o autor do crime, usuário de crack, atacou a vítima para fugir do resgate e evitar a internação em uma clínica.
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O caso ocorreu na manhã desta terça-feira (23), em uma residência na Rua Capitão Vitório Basso, no bairro São Benedito. A vítima foi identificada como José Ives Anacleto Junior, de 33 anos. O autor do ataque é Guilherme de Oliveira Silva, de 34 anos, que fugiu após o crime e segue sendo procurado.
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De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada após a informação de que um homem havia sido atingido por um golpe de faca na região do tórax. José Ives chegou a ser socorrido por testemunhas e levado ao pronto-socorro municipal, mas não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas relataram à polícia que foram até a residência do autor a pedido da mãe dele, com o objetivo de convencê-lo a aceitar uma nova internação para tratamento contra a dependência química. Segundo os depoimentos, a entrada no imóvel foi autorizada pela mãe, que indicou que o filho estava no quarto.
O cômodo estava escuro, e, ao abrirem a porta, o autor estava escondido atrás dela, aguardando. Nesse momento, ele desferiu um único golpe de faca contra José Ives, atingindo-o no peito, sem qualquer chance de reação.
Mesmo ferido, José Ives conseguiu sair da casa e correr para a rua, sendo seguido pelas testemunhas. Poucos metros depois, caiu devido ao sangramento intenso. Os amigos colocaram a vítima em um carro e a levaram às pressas ao hospital.
Uma das testemunhas afirmou à polícia que o agressor chegou a ir até a varanda após o ataque, fechou e trancou o portão, permanecendo dentro da residência antes de fugir.
Em depoimento, a mãe do autor afirmou que o filho é dependente químico há mais de 20 anos, com histórico de uso intenso de crack. Segundo ela, desde a noite anterior ele insistia para comprar droga, o que motivou o pedido de ajuda para o resgate.
Ela contou ainda que o filho tem trauma de tentativas de internação, já tendo fugido em outras ocasiões e se ferido ao escapar. Para dificultar a entrada no quarto, ele teria colocado um colchão atrás da porta.
A mulher relatou que, após o ataque, viu apenas o “olhar de ódio” do filho, que saiu do quarto exaltado, perseguindo as testemunhas e proferindo xingamentos.
Após o crime, o autor fugiu levando apenas a roupa do corpo e cerca de R$ 60, segundo a mãe. A polícia realizou diligências no imóvel, mas não localizou a faca utilizada, descrita por testemunhas como uma faca tática preta.
O local não foi preservado para perícia devido à necessidade de socorro imediato à vítima. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Pindamonhangaba e segue sob investigação. A Polícia Civil realiza buscas para localizar o suspeito.