22 de dezembro de 2024
SEGURANÇA PÚBLICA

Ao lado de ministros, Tarcísio destaca disputa 'CV x PCC' no Vale

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
Tarcísio de Freitas ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski

Em evento sobre segurança pública com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), destacou a tentativa da facção criminosa CV (Comando Vermelho) de entrar no território paulista pelo Vale do Paraíba, área de domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital). Tal disputa, segundo o governador, impulsiona o número de homicídios na região.

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“O crime organizado, no fim, está por trás de grande parte da violência no Brasil. Isso explica, às vezes, até a própria estatística aqui em São Paulo, que é uma estatística favorável, mas é favorável em função até da predominância ou da hegemonia de uma facção”, disse Tarcísio.

“Porque boa parte dos homicídios no Brasil ocorre na disputa de pontos de drogas. E, se a gente pegar o mapa de São Paulo, vai ver que onde morre mais gente é justamente no Vale do Paraíba. E aí tem uma ação, uma tentativa de entrada no território de São Paulo por organizações criminosas do Rio de Janeiro e a contenção do Primeiro Comando da Capital”, afirmou o governador no evento.

Segundo Tarcísio, “isso explica porque o número de homicídios no Vale do Paraíba é maior do que no restante do estado [proporcionalmente]. São coisas que chamam a atenção”, completou.

Essa mesma afirmação de Tarcísio foi revelada pela primeira vez por OVALE, quando o governador concedeu entrevista exclusiva a OVALE/Sampi, em abril deste ano.

Homicídios.

Na ocasião, Tarcísio disse que o Vale era a ‘porta de entrada’ pela qual o CV tentava invadir o território paulista, provocando a reação violenta do PCC, o que impactaria no número de homicídios. O Vale lidera em mortes por homicídio no interior de São Paulo – 244 vítimas de janeiro a outubro de 2024.

Desta vez, o governador retomou o assunto na última sexta-feira (6), durante evento que discutiu a segurança pública no Brasil. A declaração foi dada ao lado dos ministros Gilmar Mendes, do STF, e Ricardo Lewandowski, da Justiça.

Também participaram o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann e a especialista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Joana Monteiro. O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, estava na plateia.

De acordo com o portal Metrópoles, o governador ponderou e relativizou até mesmo os resultados considerados positivos na área da segurança pública, comandada por Derrite.

Ferida aberta.

Durante evento sobre o tema no IDP, na capital paulista, o governador afirmou que a segurança pública em São Paulo “é uma ferida aberta, é uma chaga”. Ele disse que a segurança pública é o principal problema tanto na região metropolitana quanto no interior, onde anteriormente era a saúde.

Em meio à crise que enfrenta na segurança pública, com uma série de denúncias de abusos cometidos por policiais, o governador voltou a dizer que se arrependeu da “postura reativa” que teve em relação à política de câmeras corporais e que sabe que as palavras têm peso.

Sobre a integração com o governo federal, Tarcísio disse que falta compartilhamento de informações. O governador também apontou que isso dificulta o combate ao grande problema do país. “Se há um risco, talvez o maior é o crime organizado”, disse.

O governador também disse que as receitas tradicionais em termos de segurança pública, como aumentar o efetivo, investir em tecnologia, valorizar as carreiras, às vezes são insuficientes.

“Então, existem desafios gigantescos e, além disso, a gente comete erros também. E os erros que a gente comete têm um preço. Tem hora que a gente tem que parar para pensar, fazer uma profunda reflexão e ver onde nós estamos errando, porque nós estamos errando. Onde nós erramos no discurso? E aí, concordo com a professora Joana, nosso discurso tem peso”, afirmou.

As palavras de Tarcísio foram ditas a poucos metros do secretário Derrite, que acompanhava o discurso na primeira fileira de cadeiras. Ao sair do salão, Derrite não concedeu entrevista e disse que estava no IDP como aluno.

* Com informações do portal Metrópoles