O Palácio da Justiça se tornou um grande ponto de divergência entre adversários no início da corrida eleitoral em Campinas. Praticamente abandonado pelo Judiciário, o histórico prédio de 1942 é um dos que definha na região central da cidade, com uma reforma eterna. O edifício, que abrigava varas e foi palco de vários julgamentos, foi devolvido ao Governo do Estado.
Eis que ressurgiu a ideia de trazê-lo para a municipalidade e adaptar o “Antigo Fórum” para, novamente, receber a Câmara de Vereadores. O Legislativo já ocupou o espaço de 1948 a 1970. A proposta foi abraçada pelo prefeito e candidato à reeleição, Dário Saadi (Republicanos), que vê a ocupação do prédio como uma oportunidade para integrar ao plano, ainda sem resultados aparentes, de revitalização do centro.
A Prefeitura de Campinas quer a cessão do Palácio da Justiça ao município para, na sequência, passar a edificação para a Câmara, que, por sua vez, devolveria o prédio atual na Ponte Preta para a administração municipal, que tem o objetivo de destiná-lo a órgãos e secretarias que hoje estão em prédios alugados.
Porém, o projeto não agradou ao adversário Rafa Zimbaldi (Cidadania). O candidato foi até a frente do “Fórum” para criticar a ideia. Para Rafa, transferir a Câmara para o centro é desnecessário, e o prédio poderia ser usado para outro fim. Zimbaldi propõe instalar no prédio sua principal bandeira até aqui na campanha, o Poupatempo da Saúde. A ideia é adaptar o Palácio do Jequitibás para o projeto criado em Santo André, que reúne especialidades médicas e realiza exames e procedimentos em um só local.
Ok. É uma destinação para o prédio, mas houve uma mudança ou adaptação, pois o tal Poupatempo da Saúde não tinha esse endereço inicialmente. Em 18 de julho, Rafa Zimbaldi, em entrevista ao FPX Cast, defendeu o projeto e disse que a iniciativa faria parte de uma Central Médica no entorno do Hospital Mário Gatti. O candidato afirmou que já havia definido a área para isso, próximo ao Hospital Mário Gattinho, na antiga Ciretran. Agora, a proposta é outra, com o ‘surgimento’ do Palácio dos Jequitibás, o que muda a lógica e a logística pensada por Rafa anteriormente.
Por sua vez, Dário Saadi também foi às portas do “Fórum” para fazer uma sustentação oral em defesa da mudança da Câmara para o prédio. Segundo o prefeito, a transferência do Legislativo trará maior movimentação de pessoas no centro e garantirá o giro econômico para comerciantes e prestadores de serviços. Além disso, com o prédio atual da Câmara sendo ocupado por órgãos públicos, a prefeitura economizará com aluguéis.
Como nada disso acontece em um passe de mágica, é importante lembrar que uma mudança da Casa de Leis para o Palácio da Justiça implicará em adaptações para receber os gabinetes, servidores, o setor administrativo, além de um trabalho para adequar o local para receber as sessões ordinárias e reuniões (não se esqueçam que os encontros são transmitidos). Há muito a ser feito para que tudo funcione como funciona hoje, e até agora não se falou sobre um estudo de custos para a mudança da Ponte Preta para o Centro.
É inegável que há uma necessidade de dar uma destinação ao Palácio dos Jequitibás, mas, sinceramente, não vejo prioridade alguma em transferir o Legislativo, que hoje está alocado em um complexo relativamente novo — por sinal, inaugurado pelo então presidente da Câmara, Dário Saadi, em 2006 — que passou por melhorias e uma reforma recente e, convenhamos, está excelente para os trabalhos realizados pelos vereadores.
A comparação com Pablo Marçal pode não ser a mais adequada, mas há algumas similaridades notáveis. O candidato a vereador pelo Cidadania, Vinícius de Oliveira, conhecido como Vini, apresenta uma atuação orgânica e eficaz nas redes sociais, o que, para muitos candidatos e pessoas ligadas ao meio político, já o coloca como um virtual eleito.
Vini é jovem, nativo digital, e usa a internet há tempos com eficiência para transmitir sua mensagem firme, e muitas vezes até raivosa, sobre o que considera errado na administração. O candidato conta com impressionantes 101 mil seguidores no Instagram. Para se ter uma ideia, nem somando os seguidores de Dário, Rafa e Tourinho se alcança esse número.
A aposta em seu nome é alta, tanto que o partido lhe concedeu um dos principais números para a campanha, na expectativa de que Vini também seja um "puxador de votos". Vamos acompanhar.
Hoje, o Todo Dia Campinas destaca a peculiar situação do eleitor de Holambra, que vai às urnas para escolher os integrantes do legislativo, já que para prefeito há apenas um nome na disputa: o do atual chefe do executivo e candidato à reeleição, Fernando Capato (PSD). Embora peculiar, essa situação não é exclusiva, pois outras 213 cidades pelo país também terão candidato único.
A região já vivenciou uma eleição com um único candidato em 2016, quando Hamilton Bernardes foi o único a disputar a prefeitura de Pedreira.