26 de julho de 2024
LICITAÇÃO EMPERRADA

Desde 2020, Prefeitura repassou R$ 241 milhões a concessionárias

Por Julio Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Claudio Vieira/PMSJC
Empresas deveriam ter deixado de operar entre abril de 2020 e fevereiro de 2021

Em meio a quatro anos de fracassos das tentativas de fazer uma nova concessão do transporte público no município, a Prefeitura de São José dos Campos repassou R$ 241 milhões às três empresas que operam o serviço na cidade, a título de indenização, desde 2020.

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Desse valor, R$ 85,8 milhões foram transferidos para a Saens Peña, R$ 80,8 milhões para a Joseense e R$ 74,4 milhões para a Expresso Maringá, segundo dados do Portal da Transparência.

Iniciados em outubro de 2020, ainda na fase mais crítica da pandemia da Covid-19, os repasses eram justificados como uma forma de "proporcionar o reequilíbrio econômico e financeiro do contrato de concessão". Ano a ano, no entanto, as transferências têm aumentado: os repasses somaram R$ 15 milhões nos últimos meses de 2020, R$ 48 milhões em 2021, R$ 63 milhões em 2022, R$ 67 milhões em 2023 e R$ 47 milhões até julho de 2024.

Contratos.

Firmados em abril de 2008, os contratos com a Joseense e a Expresso Maringá deveriam ter sido encerrados em abril de 2020, mas já sofreram quatro prorrogações: para fevereiro de 2021, para outubro de 2022, para outubro de 2023 e para outubro de 2024.

Já o contrato com a Saens Peña, que foi firmado em outubro de 2010 e deveria ter sido encerrado em fevereiro de 2021, foi prorrogado três vezes: para outubro de 2022, para outubro de 2023 e para outubro de 2024.

As prorrogações têm sido feitas devido aos fracassos das tentativas de concluir a nova licitação do transporte. O primeiro edital foi lançado pela Prefeitura em junho de 2020, mas desde então os certames têm esbarrado na Justiça, no TCE (Tribunal de Contas do Estado) ou na falta de interesse do mercado nos modelos propostos.

Repercussão.

A Busvale, que representa as três empresas, não quis comentar os repasses.

Já a Secretaria de Mobilidade Urbana alegou que "efetuou esses repasses para fins de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos". A pasta não informou, porém, se há uma previsão de quando os repasses serão encerrados.