29 de novembro de 2024
ELEIÇÕES 2024

Felicio critica filiação de Cury ao PL: ‘Escondida, envergonhada e por imposição'

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Eduardo Cury e Felicio Ramuth durante a campanha de 2020, quando eram aliados

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), criticou duramente a filiação do ex-deputado federal Eduardo Cury ao PL, confirmada na semana passada, e uma eventual candidatura do agora ex-tucano a prefeito de São José dos Campos.

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Aliados nos tempos de PSDB, durante 30 anos, Felicio e Cury devem protagonizar uma intensa disputa política em torno da Prefeitura de São José dos Campos.

Cury como provável candidato a prefeito e Felicio no palanque ao lado de Anderson Farias (PSD), prefeito que tentará a reeleição. Felicio foi secretário de Transportes e assessor de Planejamento de Comunicação em São José durante a gestão de Cury como prefeito, além de presidente da Urbam.

Em entrevista à rádio Jovem Pan de São José, nesta quinta-feira (11), Felício disse que a filiação de Cury ao PL foi “escondida e envergonhada”, e que teria sido decidida “nos corredores do poder em Brasília, na alta cúpula do PL, muito distante do dia a dia da cidade”.

“O que enxergo é que ela foi costurada nos bastidores de Brasília, que é onde o Cury hoje vive. Ele está mais em Brasília do que em São José. Uma decisão tomada nos corredores do poder em Brasília”, afirmou Felicio.

As críticas antecipam o tom que Anderson deve tomar numa eventual disputa eleitoral contra Cury, também por décadas seu aliado político.

'QUASE UMA IMPOSIÇÃO'

O vice-governador disse que Cury “trabalha para o PL” no Observatório da Oposição, em Brasília, e que teria sofrido uma pressão da cúpula da legenda para sair do PSDB e aderir ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou ainda que Cury sequer foi recebido pelo PL de São José em uma reunião ou encontro. “Ele foi sozinho”.

“Eu o vejo saindo isolado, sozinho, com essa questão do próprio partido que o recebe não ter feito alguma coisa para receber essa filiação. Dez dias antes da filiação o Valdemar Costa Neto [presidente do PL] já tinha anunciado. Quase uma imposição.”

Felicio contou que recebeu ligações de “amigos no PSDB” que contaram a ele que Cury tria feito uma sondagem a pessoas da legenda antes de decidir filiar-se ao PL, e que as respostas dos tucanos teriam sido “negativas” e sem “sinergia com o grupo”.

DISPUTA PARA PREFEITO

Sobre uma eventual candidatura de Cury a prefeito de São José, Felicio disse que parece um “movimento mais eleitoral, de algo pessoal, talvez pensando na carreira dele, no futuro pessoal dele”.

“Deixo muito claro que as pessoas que vivem aqui não estão preocupadas com isso [política fora da cidade]. E detestam acertos em Brasília, os conchavos políticos. Há 10 anos o Cury frequenta São José aos finais de semana. Ele trabalha em Brasília”, afirmou.

Felicio disse que “jamais voltaria a ser prefeito de São José” e criticou a possibilidade de Cury tentar o Paço Municipal pela terceira vez. “Fica a impressão de que fez algum movimento que não deu certo e volta, não pelo interesse da cidade, mas pessoal, de vaidade. Essa é minha opinião.”

Procurado, Eduardo Cury disse que não vai comentar.

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