13 de dezembro de 2025
INDIGNAÇÃO

‘Cancelar jamais’: bisneta de Monteiro Lobato reage a debate sobre cancelamento do autor

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução / Redes Sociais
Cleo Monteiro Lobato com uma boneca de Emília

Bisneta do escritor taubateano Monteiro Lobato (1882-1948), Cleo Monteiro Lobato usou as redes sociais pra criticar o debate sobre cancelamento da obra do autor no IEL (Instituto de Estudos da Linguagem), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

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“Cancelar jamais”, escreveu Cleo em seu perfil no Instagram. A postura foi elogiada por seguidores e internautas. “Isso é tão absurdo, surreal e revoltante que até tremo de raiva”, diz um comentário.

Formada em História pela USP (Universidade de São Paulo), Cleo tem adaptado obras do bisavô para o público dos Estados Unidos e no Brasil, especialmente as crianças. “Estou re-energizando o legado do meu bisavô através de palestras e de novos livros”, disse ela.

Cleo é filha de Joyce Campos Kornbluh, neta de Monteiro Lobato que morreu, aos 94 anos, em 26 de janeiro deste ano.

Nesta quinta-feira (14), o IEL organizou um debate na Unicamp sobre se deve ou não cancelar a obra de Monteiro Lobato, cujo acervo está guardado no Cedae (Centro de Documentação Cultural), ligado ao IEL.

A discussão foi proposta depois que um cartaz com informações e a foto do escritor de Taubaté foi pichado com a palavra “racista”, em setembro do ano passado. O cartaz fazia parte da exposição ‘Retratos Literários’, produzida pelo Cedae e já exibida anteriormente no Centro Cultural em 2013 e 2016.

“Diante do vandalismo do quadro de Monteiro Lobato, que foi prontamente retirado do Pavilhão, o Instituto convida a comunidade a refletir sobre o rico acervo literário mantido pelo IEL e as inúmeras possibilidades críticas que a investigação do arquivo desses escritores pode gerar”, disse o professor Petrilson Pinheiro, diretor do IEL.

“Um novo quadro informativo sobre Monteiro Lobato será instalado no Pavilhão, mas antes disso, é necessário debater os limites entre a crítica intelectualmente rigorosa à obra multifacetada de Monteiro Lobato e a intolerância representada pelo gesto de interditar o acesso à informação sobre suas obras.”

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