23 de dezembro de 2025
PARALISAÇÃO

Em assembleia na GM, trabalhadores aprovam greve por tempo indeterminado em São José

Por Da redação | São José dos Campos
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Divulgação / SindmetalSJC
Trabalhadores aprovam a greve em assembleia na GM de São José

Trabalhadores da General Motors de São José dos Campos aprovaram a greve por tempo indeterminado na fábrica da cidade a partir desta segunda-feira (23). Com a greve, a fábrica de São José deixa de produzir cerca de 150 carros por dia.

A paralisação é uma resposta às demissões feitas pela montadora no sábado (21), por meio de telegramas e emails. Não se sabe ainda o número de demitidos.

Na manhã desta segunda, em assembleia na portaria da GM, os metalúrgicos confirmaram a greve aprovada na manhã de domingo (22), na sede do sindicato.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, A aprovação foi por unanimidade, em assembleia unificada entre os três turnos. “A fábrica só voltará a produzir após o cancelamento dos cortes e garantia de estabilidade no emprego”, informou.

DEMISSÕES

Ainda segundo o sindicato, a GM realizou demissões em massa em suas três fábricas do estado de São de Paulo: São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. A empresa não informou quantos funcionários foram demitidos.

As demissões foram realizadas por telegramas e e-mails, sem negociação prévia com os sindicatos.

Em junho, a montadora assinou um acordo de layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José. O documento garante estabilidade no emprego para todos os funcionários até maio de 2024.

“As demissões atingiram os trabalhadores que estavam em layoff, assim como os que estavam na fábrica”, informou o sindicato.

A GM de São José possui cerca de 4.000 trabalhadores, sendo que 1.200 estão em layoff. A fábrica produz os modelos S-10 e Trailblazer, além de motores e transmissão.

COBRANÇAS AO GOVERNO

O sindicato disse que vai cobrar dos governos federal, estadual e municipal medidas imediatas para reverter as demissões. Ofícios serão enviados no sentido de pedir reuniões para discutir o assunto.

Parte dos salários dos 1.200 trabalhadores que estão em layoff é paga com recursos públicos, pelo FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador).

Além de quebrar o acordo de layoff, a GM descumpriu a legislação que obriga empresas a abrirem negociação com o sindicato da categoria antes de realizarem demissão em massa.

“Esta greve confirma a tradição de luta dos metalúrgicos da General Motors. Vamos pressionar o presidente Lula, o governador Tarcísio, o prefeito Anderson e a própria empresa”, afirmou Valmir Mariano, vice-presidente do sindicato.

“A GM agiu de forma ilegal, por desrespeitar o acordo e a legislação, e imoral, por desrespeitar os trabalhadores. Não vamos produzir um parafuso sequer, enquanto as demissões não forem canceladas.”

OUTRO LADO

Procurada, a GM reiterou que a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a “adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes”.

“Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como layoff, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário.”

“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro. A GM reforça que a segurança dos empregados é nossa prioridade”, informou a montadora.

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