Um terço dos ônibus apreendidos após os atos de vandalismos ocorridos em Brasília no último domingo (8) é oriundo do interior de São Paulo, reduto do bolsonarismo.
Ao todo, 29 veículos estacionados na Granja do Torto – uma das residências oficiais da Presidência da República – vieram de municípios do interior paulista. Dois destes, do Vale do Paraíba, de Jacareí e Pindamonhangaba. Além desses, outros seis coletivos que saíram da cidade de São Paulo também foram apreendidos na capital federal. O número, no total, é de 87 ônibus, todos impedidos de sair do DF (Distrito Federal).
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A medida partiu do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio e apreensão dos veículos responsáveis por levar bolsonaristas a Brasília que, posteriormente, praticariam atos de terrorismo contra os prédios dos Três Poderes.
OVALE tentou contato com as três empresas. No caso da Rovans Transportes, quem atendeu foi o proprietário do CNPJ, Rogério Aparecido Lisboa, que afirmou “não ter permissão para falar com jornais” até um posicionamento da advogada.
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Mesmo assim, antes de desligar, reclamou de ter sua empresa associada aos atos terroristas ocorridos em Brasília, e de que teria ido à capital federal “apenas para trabalhar”. “Minha transportadora é minha sobrevivência, eu estava apenas trabalhando e estão me chamando de terrorista”, disse.
Na Transpasso Fretamento e Turismo, o telefonema foi atendido por um funcionário. Ele afirmou que Leandro Delpasso Vieira, responsável pela empresa de transportes, estaria em uma reunião no momento da ligação. Responsável pelo CNPJ da empresa, o empresário já foi candidato a vereador em Jacareí nas últimas eleições municipais, em 2020, com o nome de ‘Leandro da Transpasso’. OVALE também tentou entrar em contato com um perfil de Leandro em uma rede social, e aguarda retorno.
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Confira a lista com cada uma das empresas com ônibus apreendidos.