Temos várias experiências em que perdemos, muitas vezes, a vida toda. Algumas perdas são muito fortes e extremamente dolorosas. Outras nem tanto. Sofremos perdas financeiras, emocionais, relacionais, de vários tipos. Mas o fato é que Deus sabe de todas elas e tem recursos para nos ajudar. “Clamo a ti, Senhor, e digo: ‘Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho que na terra dos viventes’” (Salmo 142:5), esta é a oração que lemos nas Escrituras. É importante lidar com a perda, no sentido de trabalhá-la, digeri-la e, com a ajuda de Deus, transformá-la em um ganho.

Em algumas situações, a pessoa escolhe focar na sua dor, como se ela fosse um lugar físico. É como se ela sentisse que essa dor é um bem pessoal; se ela deixar essa dor passar, ela perde algo. Para algumas pessoas, a dor transforma-se em sua identidade: “ela é a fulana, que perdeu o marido”, ou “ele é o fulano, que teve câncer”, ou “ela é a beltrana, que perdeu o filho no acidente”. Parece ser bem difícil deixar essa perda para trás. E mesmo sem perceber, a pessoa fica agarrada a sua dor. Outras pessoas têm a sensação de que deixar um luto terminar seria “injusto” com a pessoa amada que partiu. Seria como se devessem algo para aquela pessoa – isso pode acontecer até por causa de conflitos mal resolvidos, em que não houve uma resolução. Por causa disso, essa pessoa não se permite deixar o luto passar, porque o problema está pendente e seria “injusto” virar a página. Outras pessoas permanecem em sua dor como uma forma de autopunição. Lá no fundo de seu coração, sentem culpa por alguma situação e, por isso, castigam a si mesmas, ainda que não percebam isso claramente.