19 de dezembro de 2025
FRAUDE DO INSS

PF prende filho do “Careca do INSS” em nova fase da investigação

Por Da redação |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma nova etapa da Operação Sem Descontos e prendeu Romeu Carvalho Antunes, apontado como peça-chave no fluxo financeiro de um esquema que desviava recursos de aposentadorias e pensões do INSS. Ele é filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que já havia sido detido em setembro do ano passado.

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De acordo com os investigadores, Romeu passou a ter participação direta em empresas ligadas ao pai no fim de 2023. Nesse período, tornou-se sócio formal de pelo menos quatro companhias e atuou, ainda que de forma indireta, em outros três negócios. Para a PF, as estruturas empresariais funcionavam como canais para movimentar valores obtidos de maneira irregular e distribuir recursos a pessoas próximas a servidores do instituto.

Um dos pontos que chamou a atenção das autoridades foi a evolução patrimonial do investigado. Entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, a renda mensal atribuída a Romeu teria saltado de cerca de R$ 1,6 mil para mais de R$ 107 mil — um crescimento considerado incompatível com sua trajetória profissional anterior e que coincide com sua entrada nas sociedades empresariais investigadas.

Alvos da nova fase

Além da prisão do filho do “Careca do INSS”, esta etapa da operação também atingiu nomes de peso. Segundo apuração da TV Globo, entre os alvos estão:

As medidas ampliam o alcance da investigação e reforçam a suspeita de articulação entre empresários, servidores públicos e agentes políticos.

Como funcionava o esquema

As apurações tiveram início em abril, quando a primeira fase da operação veio a público. Conforme a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), aposentados e pensionistas eram incluídos, sem consentimento, como membros de associações, passando a sofrer descontos mensais automáticos em seus benefícios.

As entidades alegavam oferecer serviços como assessoria jurídica, convênios com academias e planos de saúde, mas, segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, não possuíam estrutura real para prestar tais serviços. Ao todo, 11 associações foram alvo de decisões judiciais, e os contratos firmados com beneficiários do INSS acabaram suspensos.

A crise provocada pela investigação levou à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). O comando da pasta foi assumido por Wolney Queiroz, que ocupava o cargo de secretário-executivo.

Devolução dos valores aos beneficiários

Em julho, o governo federal anunciou a restituição integral dos valores descontados de forma indevida. O pagamento está sendo feito em parcela única e sem ordem de prioridade. O prazo para contestação foi prorrogado: aposentados e pensionistas têm até 14 de fevereiro de 2026 para solicitar a devolução.

A contestação pode ser feita exclusivamente por três canais oficiais: