26 de dezembro de 2024
ANGRA DOS REIS

PF acha contrato de R$900 mil para reforma de casa de Bolsonaro

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Fa?bio Pozzobom/Age?ncia Brasil
Bolsonaro avaliou a casa em R$ 98.500 durante as eleições de 2022. O montante destinado à obra é quase dez vezes maior.

Durante uma operação de busca e apreensão em Brasília, a Polícia Federal localizou um contrato de R$ 900 mil para reformar a casa de Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Segundo o portal IG, o documento foi achado na mesa do ex-presidente, no escritório do Partido Liberal (PL), e incluído no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. No mesmo processo, Bolsonaro foi indiciado por manobras contra o resultado das eleições.

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O contrato chamou atenção pela discrepância entre o valor da reforma e o preço declarado do imóvel. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro avaliou a casa em R$ 98.500 durante as eleições de 2022. O montante destinado à obra é quase dez vezes maior, como apontado em relatório da PF.

Embora a lei permita que políticos mantenham valores desatualizados em suas declarações de bens, uma corretora da região estimou que a casa poderia valer cerca de R$ 2,5 milhões, considerando localização, tamanho e proximidade da praia.

O contrato, datado de 11 de outubro de 2023, detalha que 30% do total (R$ 270 mil) seriam pagos antecipadamente, com o restante dividido em quatro parcelas de R$ 135 mil e um pagamento final de R$ 90 mil ao término da obra, previsto para cem dias úteis. O documento foi assinado apenas pela empresa de engenharia responsável, sem a assinatura de Bolsonaro.

Vídeos divulgados por Bolsonaro e aliados mostram que a reforma incluiu troca de janelas de madeira por blindex, novo piso, reforma no portão, reconstrução de parte do muro, pintura geral e construção de uma área de churrasqueira.

Em março, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, apontou que as obras foram aceleradas após Bolsonaro decidir finalizá-las rapidamente, possivelmente para evitar bloqueios patrimoniais em meio às investigações. A defesa do ex-presidente não comentou o caso.