
As buscas por Juliana Marins, brasileira de 26 anos que caiu numa trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, foram suspensas mais uma vez devido ao mau tempo. A jovem, que fazia mochilão pela Ásia, está desaparecida desde sábado (21), após escorregar e despencar cerca de 300 metros de um desfiladeiro. A família, que acompanha a situação do Brasil, denuncia falhas graves na condução do resgate.
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Segundo parentes, os socorristas estavam a cerca de 350 metros da posição estimada da jovem quando a operação foi interrompida por ventos fortes e neblina. “Avançaram apenas 250 metros em um dia inteiro. É mais uma noite que ela vai passar sozinha, sem comida, sem água, sem agasalho”, reclamou a irmã, Mariana Marins, em publicações feitas na página criada para divulgar atualizações sobre o caso.
Apesar da interrupção, há esperança. Segundo a página oficial de resgate a Juliana nas redes sociais, dois alpinistas experientes da região estão a caminho do local onde ela caiu. “Não temos a informação se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite, mas sabemos que há um bom reforço com equipamentos específicos para acompanhar a equipe que já está no local”, diz a publicação.
Críticas também foram direcionadas às autoridades locais. A família afirma que o parque onde aconteceu o acidente continua funcionando normalmente para turistas, enquanto a operação de resgate avança lentamente, sem estrutura adequada e sob má coordenação. “Sabiam dos riscos climáticos e não se planejaram. É negligência.”
As informações oficiais até o momento foram alvo de contestação. Autoridades indonésias e até a Embaixada do Brasil em Jacarta divulgaram, no domingo (22), que Juliana teria recebido suprimentos no local onde está. No entanto, a irmã nega: “Não chegaram até ela. A história de entrega de comida e água é falsa. Vídeos do suposto resgate também foram forjados.”
O acidente aconteceu quando Juliana seguia em trilha com grupo de turistas e guia local. De acordo com a família, ela se sentiu cansada e ficou para trás. O guia teria seguido sozinho para alcançar o cume da montanha, deixando Juliana sozinha. Ela foi vista pela última vez em imagens captadas por drone, feitas por outros turistas horas após a queda.
Natural de Niterói (RJ), Juliana é publicitária formada pela UFRJ e também atua como dançarina de pole dance. Ela iniciou sua viagem pela Ásia em fevereiro e já havia passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
*Com informações do G1