A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil no final de 2022 com o objetivo de evitar uma possível prisão e acompanhar o desenrolar dos atos golpistas realizados em 8 de janeiro de 2023.
Segundo relatório da PF, Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos nos últimos dias de seu mandato e retornou ao país apenas em março de 2023.
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O documento, que estava sob sigilo, teve sua confidencialidade derrubada nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o relatório, os investigadores descobriram que, já em 2021, havia um plano de fuga elaborado para o ex-presidente. A ideia era garantir a saída de Bolsonaro do Brasil caso suas investidas contra o Poder Judiciário e o regime democrático fracassassem e colocassem sua liberdade em risco.
Esse plano, encontrado no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e atualmente delator, incluía estratégias detalhadas em uma apresentação de PowerPoint, inclusive prevendo o uso de armamento para assegurar a evasão.
Os documentos revelam que o plano original foi adaptado após a tentativa de implementar um golpe de Estado em 2022 não ter sucesso. “O plano de fuga foi adaptado e utilizado no final do ano de 2022, quando a organização criminosa não obteve êxito na consumação do golpe de Estado”, afirma o relatório. A PF conclui que Bolsonaro, ao não conseguir apoio das Forças Armadas para romper a ordem institucional, optou por sair do país. “Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023”, diz o documento.
Ontem (25), em entrevista coletiva, Bolsonaro negou envolvimento em qualquer tentativa de golpe. “Nunca discuti golpe com ninguém”, afirmou o ex-presidente. Ele também declarou que todas as medidas tomadas durante seu governo respeitaram os limites legais. “Tudo o que fizemos foi dentro das quatro linhas da Constituição”, completou.
Até o momento, a defesa do ex-presidente não se manifestou oficialmente sobre as conclusões do relatório.
*Com informações do portal ‘Agência Brasil’.