JORNADA DE TRABALHO

CNI: Fim da escala 6x1 por imposição legal prejudica empresas

Por Gustavo Gonçalves | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/CNI/Miguel A?ngelo
Para a CNI, a duração das escalas é algo que deve ser tratado entre a empresa e os funcionários.
Para a CNI, a duração das escalas é algo que deve ser tratado entre a empresa e os funcionários.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou nesta terça-feira (12) que uma eventual imposição por lei para acabar com a jornada de trabalho de 44 horas semanais e modificar a escala 6x1 (em que se trabalha seis dias com um dia de descanso) pode trazer efeitos negativos no mercado de trabalho e na capacidade das empresas de competir, afetando principalmente as de micro e pequeno portes.

Leia também: MTE diz que cabe a trabalhadores e empregadores negociar 6x1

Para a instituição, a duração das escalas é algo que deve ser tratado entre a empresa e os funcionários e uma redução obrigatória enfraquece esse processo de diálogo entre as partes.

A CNI defende que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe o fim da escala de 6x1 desconsidera as realidades em que operam os setores da economia, os segmentos dentro da indústria, o tamanho das empresas e as disparidades regionais existentes no país.

Alexandre Furlan, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, diz que a Constituição deixa claro que a negociação coletiva é o ideal para discutir ajustes na jornada de trabalho. "Isso é fruto de um processo contínuo de ajustes realizados via negociação, tanto coletiva como individual, tendo em vista as possibilidades de cada empresa, setor ou região e a demanda dos trabalhadores. Por isso, a melhor via para estabelecer jornadas de trabalho é a negociação, como é feito em boa parte do mundo", diz, em nota.

A Constituição, no artigo 7º, inciso 13, limita a jornada de trabalho a oito horas diárias e 44 horas semanais, mas permite exceções por negociação coletiva. Já o inciso 26 do mesmo artigo reconhece convenções e acordos coletivos, reforçando a negociação entre trabalhadores e empregadores como meio de ajustar a jornada e outras condições laborais às necessidades de cada setor.

A discussão sobre o fim do '6x1' ganhou a atenção com a PEC da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), protocolada em 1º de Maio, que propõe o fim da escala e a adoção de uma jornada de 36 horas semanais, dividida em quatro dias. A proposta altera o artigo 7º da Constituição.

Mais de 130 parlamentares já assinaram a PEC. Para que a proposta possa tramitar no Congresso, são necessárias 171 assinaturas de deputados federais.

O tema surgiu no aplicativo TikTok no final de 2023, com o Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), liderado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), que fez dessa pauta sua principal bandeira durante a campanha.

Comentários

2 Comentários

  • Refém 14/11/2024
    Para os empresários tudo que é de direito ou benefício para os empregados é complicado, quando as empresas são beneficiadas de alguma maneira pelo Estado, Leis, Etc, os empregados não são beneficiados e não há nenhum retorno. Fala-se sobre convenções ou acordos, como meio de campo para essa relação empresa x funcionário onde quem determina sua vida como trabalhador são os próprios empresários, ou seja, você se fo*e nas mãos de quem te contrata, sempre!
  • Infante 14/11/2024
    7 x 0 ou hora trabalhada. Proibido proibir o trabalho.