As chuvas históricas que assolam cidades do Rio Grande do Sul também impactaram o crime organizado. Investigadores da Polícia Civil, informou o Globo, apuraram que membros integrantes de facções criminosas têm deslocado seus estoques de drogas e armas de áreas alagadas para locais secos e, para compensar os prejuízos, têm furtado casas.
A suspeita dos investigadores é de que os furtos sejam uma forma de cobrirem as perdas de materiais ilícitos.
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Operação
A Polícia Civil colocou em prática a operação Noite Segura, que reforça a segurança dos munícipes com rondas e patrulhamentos noturnos em bairros, áreas alagadas e regiões sensíveis a crimes como furtos e saques.
Na segunda-feira (14), por exemplo, os agentes apreenderam cerca de 20 kg de maconha numa casa do bairro Farrapos, em Porto Alegre. O local estava submerso por 2 metros d'água. A investigação deve apurar quem são os envolvidos e responsáveis pela droga.
Já na zona sul da capital, no bairro Cruzeiro, a Polícia Civil prendeu um foragido e apreendeu uma pistola 9mm, além de mais de R$ 11 mil em espécie - proveniente do tráfico de drogas.
Durante o patrulhamento da madrugada de terça (15), os policiais foram informados de que gerente do tráfico na região estaria escondido no local.
Participaram da ofensiva dos dias 14 e 15 de maio mais de 60 policiais do Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico) e do GIE (Gabinete de Inteligência Estadual).
Visado pelo crime
Segundo O Globo, as investigações também apontam para o porto de Rio Grande, no sul do estado, como importante entreposto para escoamento de drogas para Europa e África, o que explica o interesse das facções criminosas pelas cidades gaúchas.
Criminosos entre os abrigados
A Polícia Civil também ronda e fiscaliza os abrigos, nos quais, além de famílias desalojadas pelas enchentes, abrigam-se membros de facções, organizados em pavilhões diferentes.
O delegado Gustavo Bermudes, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), afirmou ao Globo que os abrigos não são faccionados, e que não houve registros envolvendo membros de facções até o momento.