Para João Rocha, falta planejamento na gestão Alexandre Ferreira. “Só está apagando incêndios, e a maioria dos incêndios estão sendo criados pela própria administração”. O pré-candidato cita como exemplo a dificuldade para realizar serviços considerados simples. “A poda de uma árvore que o vereador pede, se não passar pelo gabinete, não pode ser autorizada. Para quê então que você tem um corpo de secretários?”.

Alexandre Ferreira
As críticas do pré-candidato ao atual prefeito não se limitaram ao planejamento, considerado por ele, demorado. “O prefeito atual pode dizer que foi bom os médicos falsos? Ele pode dizer que foi bom que ele tem agora processos, onde os bens dele estão penhorados? Porque uma determinada empresa foi contratada para atuar no Canil, e o Ministério Público considerou como contratação de uma empresa laranja. Ele pode ser bom ao dizer que a Prefeitura acabou de assinar um dia desses um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) em relação ao Canil, porque os animais estavam sendo eutanasiados da forma errada”, questionou.

Moradores de rua
Principal instrumento de atendimento à população de rua, o Centro Pop é criticado por moradores e comerciantes da Vila Formosa desde sua instalação em 2021. “O Centro Pop não fica ali. ‘Mas o Centro Pop é uma questão de Governo Federal’. Eu rompo com o Governo Federal, mas não vou deixar a cidade continuar como lixo”.

João Rocha pediu à população que pare de dar esmolas para as pessoas que estão na rua. “Dar esmola significa incentivar o indivíduo a continuar na situação do assistencialismo. Precisamos de ações concretas de instituições do terceiro setor. Não estou querendo acabar ou matar o morador de rua, precisamos encaminhá-los, e a sociedade precisa ter ciência disso”.

Assistencialismo que pretende redirecionar. “Ele (o morador de rua) vai comer metade da marmita, jogar o lixo na porta do empreendimento comercial, vai pegar o cobertor que ele dorme, vai ‘mijar’ e ‘cagar’ no cobertor e deixa na porta do comércio, porque ele sabe que durante a tarde o indivíduo vai dar outro cobertor para ele”, completou.

João Rocha propôs se reunir com o Ministério Público e a Promotoria para discutir formas de atuar no combate à população de rua. “Eles também precisam nos ajudar a resolver isso. Temos que sentar em uma mesa e achar um formato de entendimento que eu não tenho medo de fazer e achar uma ação viável para a cidade”. Decisões judiciais impedem a abordagem sem motivação de moradores de rua. O Ministério Público e a Defensoria já se posicionaram contrários a medidas forçadas impostas aos moradores de rua.

Saúde
O pré-candidato busca focar suas atenções no atendimento básico de saúde. “Pelas nossas contas, Franca podia ter entre 90 a 100 equipes de Saúde da Família, que é prevenção, é lá no começo. Hoje, temos apenas 12 ou 13 (núcleos), e operando realmente apenas oito ou nove. Se cuidarmos da população no bairro, com equipe de Saúde Familiar, vamos desafogar os nossos prontos-socorros, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e UBSs (Unidade Básica de Saúde)”.

O funcionamento do Hospital Estadual de Franca está previsto apenas para o segundo semestre de 2025. Ainda que o cronograma seja cumprido, o candidato eleito ou reeleito precisará lidar com a falta de leitos no início do mandato. O liberal não descarta comprar mais leitos para amenizar o problema na cidade. “(Vamos) Fazer um acordo com a Santa Casa, mas o nosso povo não pode morrer e ficar à espera de leitos como está”.

Apesar das dificuldades a serem enfrentadas, não pretende retomar a gestão plena dos leitos, que é quando o município assume a responsabilidade pela regulação das vagas. Atualmente, o Governo do Estado de São Paulo é o responsável pelo encaminhamento dos pacientes para as vagas disponíveis.  “Temos 300 leitos na Santa Casa. Daqui um ano e pouco teremos mais 225 leitos do Hospital Estadual. Se tivermos essa somatória desses dois conjuntos de leitos, vamos ter uma folga para trabalhar. Nesse primeiro momento, não penso em mudar. Temos que sobreviver nesse período até lá, dar conta do recado e fazer um sacrifício a mais se for o caso (investindo recursos adicionais) para a nossa população não sofrer”.

Dengue
João Rocha criticou a demora no enfrentamento à dengue em Franca. “A cidade está um lixo, literalmente suja. O fumacê tinha que ter sido feito não agora. Tinha que ter sido feito lá em setembro ou outubro do ano passado, no período que antecipassem as chuvas”, criticou.

“Agora, com mais de 2 mil casos (confirmados), é que estou ouvindo dizer que pode ser que as vacinas contra a dengue possam vir para Franca. Tivemos prefeitos de outras cidades, como é o caso de Ribeirão, que um dia desses estava anunciando a sobra de vacina lá, porque ele (Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto) antecipou a ação. Viu que era um problema sério e decretou como estado de emergência, conseguindo vacina não só para Ribeirão, mas, também, para a região de Ribeirão”, completou.

Sabesp
João Rocha disse que não vê problema na privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de Estado de São Paulo) promovida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por outro lado, disse que promete brigar pelo que considera patrimônio da cidade. As estações de tratamento e tubulações, por exemplo, pertenceriam ao município, segundo o pré-candidato, e a companhia presta apenas o serviço.

“Se essa situação ainda não estiver resolvida vou tomar providências sim, não vou abrir mão. Devolva para nós o nosso patrimônio e vamos abrir uma licitação. Se a Sabesp ganhar, ótimo. Mas não abriremos mão. Não vejo mal nenhum (sobre a privatização)”, afirmou. Em entrevista recente ao portal GCN e rádio Difusora, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) descartou negociações como esta e disse que o novo Marco do Saneamento permite a prorrogação dos contratos. Novas licitações como defende João Rocha, só poderiam ser feitas a partir de 2060.

Trânsito
O último tópico respondido pelo convidado foi sobre o trânsito. Após criticar a qualidade da obra da rotatória do bairro São Joaquim, disse que pretende construir um anel viário para ligar as regiões da cidade e amenizar o trânsito caótico, principalmente, em horários de pico.

“Temos as saídas da (Vila) São Sebastião, Jardim Guanabara, Vicente Leporace e do Vera Cruz, que, inclusive, um dia desses estava alagada. Essa situação precisa ser resolvida. Vou chamar de Anel Viário externo da cidade (...) a Delegada Graciela conseguiu reabrir o prazo e o nosso projeto será recolocado para que possamos fazer um pontilhão de passagem que vai ligar a região do Portinari com o Tropical, além disso, as alças laterais entre o Leporace e a Vila São Sebastião”, finalizou.

Entrevistas
Acompanhe a sequência das entrevistas nos próximos dias, transmitidas ao vivo, sempre a partir das 11h50, durante o programa A Hora é Essa, da Rádio Difusora.

• Sexta-feira,10 - Alexandre Ferreira (MDB)
• Segunda-feira, 13 - Rafael Bruxellas (PT)

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