AMOR AO TRABALHO

Mulher realiza 'sonho de menina' e se torna motorista de ônibus articulado em Campinas

Filha de caminhoneiro, Ivone Gomes Costa, de 54 anos, é a primeira a ser motorista de articulado.

Por Higor Goulart | 14/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para a Sampi Campinas

Divulgação

A motorista Ivone Gomes Costa, de 54 anos: 'Faço com amor o meu trabalho'
A motorista Ivone Gomes Costa, de 54 anos: 'Faço com amor o meu trabalho'

A profissão de motorista de ônibus é muitas vezes associada aos homens. O estereótipo persiste em diferentes cidades e Estados do Brasil. Mas, em Campinas, a motorista Ivone Gomes Costa, de 54 anos, quebra essa "tradição". Ela se tornou a primeira mulher motorista de um ônibus articulado no transporte público urbano da metrópole.

Natural do Paraná, Ivone é filha de caminhoneiro e sempre teve o sonho de aprender a dirigir. Aos 32 anos, se mudou para Campinas e, quatro anos depois, em 2005, tirou sua primeira habilitação, com o objetivo de realizar seu sonho de menina: trabalhar como motorista.

De início, trabalhou como motorista de van escolar e, em 2014, conseguiu uma vaga como motorista de van do PAI Serviço (Programa de Acessibilidade Inclusiva da Prefeitura de Campinas). Emprego esse que foi o seu primeiro com carteira assinada.

“Foi uma experiência maravilhosa. Aprendi a ter mais cuidado e delicadeza com os passageiros e também foi onde aprendi a conhecer a cidade, já que o serviço pode ter uma grande variação de itinerários. Este tipo de trabalho ressalta nosso instinto de proteção, pois tem um público que exige um cuidado a mais”, conta.

Após cinco anos no PAI, pediu uma mudança: queria trabalhar como motorista de ônibus convencional. E foi atendida. Desde então, é uma das poucas mulheres do transporte público urbano de Campinas e se tornou a primeira a dirigir um articulado.

Ivone, inclusive, afirma que não sofre preconceitos dos colegas de profissão por ser mulher ao volante. No entanto, evita cometer erros, para evitar comentários desnecessários, uma vez que é uma mulher numa profissão marcada por homens.

“Se um homem comete um erro na direção de um coletivo, pode até passar despercebido, mas, se for uma mulher ao volante, mesmo que o erro seja bem pequeno, parece que as críticas são muito mais pesadas. Por isso sinto essa pressão de não cometer erros e ando muito mais atenta. O bom é que não me estresso, pois faço com amor o meu trabalho”, explicou.

Entre a família, o orgulho também é grande. Mãe de três filhas e avó de três netos, ela afirma que as filhas “acham maravilhoso eu ser motorista de ônibus e agora, de um articular”.

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