Em Bauru, buracos maquiados com asfalto têm prejudicado motoristas que, mesmo atentos, sofrem pancadas nos veículos após passar em trechos aparentemente inofensivos. Essas depressões ocorrem devido à acomodação do reaterro depois de reparos realizados pela prefeitura e pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE). Os choques nessas valas ocultas podem provocar prejuízo aos veículos e até acidentes.
Técnico de ensino do Senai e especialista na área automotiva, o engenheiro mecânico César Roberto Cruz, 60 anos, explica que uma pancada nesses "buracos asfaltados" pode cortar, estourar ou rasgar os pneus dos veículos. Os prejuízos são maiores quando atingem peças da suspensão. "A bandeja da suspensão, amortecedores, os pivôs, o terminal, caixa e coluna de direção, por exemplo, são atingidos pelo impacto. Todos esses itens sofrem um esforço para o qual não foram projetados e se danificam. Dependendo do desnível, podem ocorrer até danos na estrutura do veículo", afirma. Uma pancada "certeira" nesses buracos pode arrancar parachoques e, até, acionar os airbags.
Danificar essas peças em um carro pode comprometer a condição de segurança do veículo e, consequentemente, dos passageiros. "Num impacto desse, uma peça menos robusta é a barra de direção. Se ela entortar de uma certa maneira, o condutor perde o controle da trajetória do veículo e pode acabar colidindo com um muro ou poste", diz.
Após cair em uma depressão, o condutor pode notar o desalinhamento do volante do carro e ter um prejuízo na dirigibilidade do veículo. "Ao fazer uma curva para a direita, por exemplo, o motorista vai notar que o volante está mais pesado", explica. Um outro indício é a vibração da carroceria do veículo quando em alta velocidade na pista.
A recomendação do especialista é levar o carro imediatamente após perceber que houve dano, além de seguir o plano de revisão de cada montadora. Caso contrário, o prejuízo pode ser maior. "Um desalinhamento do tipo provoca desgaste anormal dos pneus e esforço concentrado em componentes. Se persistir dirigindo sem consertar, fica bem mais caro o reparo", adverte. Questionado sobre o comportamento que os motoristas devem adotar para evitar as pancadas, o engenheiro relembra que "a prefeitura deveria colaborar". O único método é dirigir com atenção, mas à noite fica mais complicado visualizar esses buracos.
Em nota de posicionamento, a prefeitura promete ajustar a situação. "Estamos trabalhando na definição de procedimentos técnicos para o reaterro e pavimentação dos reparos para publicação de Decreto Regulamentador. Todas as empresas públicas e particulares deverão seguir as regras que serão estabelecidas", disse em nota enviada ao JC.
BOM PARA OS NEGÓCIOS
Ricardo Dial Romano, 37 anos, gerente do Lojão dos Pneus, conta que os clientes que sofreram pancadas de buracos precisam, muitas vezes, fazer a troca dos amortecedores. Em média, a substituição dessa peça em carros populares custa cerca de R$ 1.200,00. Além disso, os desalinhamentos provocados pelas pancadas provocam o desgaste prematuro dos pneus.
Na avaliação de Ricardo, o asfalto nas principais vias (Duque de Caxias, Nações e Rodrigues Alves) da cidade estão em boa situação, se comparado com outros períodos do município. "O que mais prejudica são as vias que cruzam essas avenidas, que têm muitos buracos", diz. Asfalto em más condições, por outro lado, ajuda a manter a oficina cheia.
Buraco atrapalha os motoristas na Rio Branco
(Buraco 'cerca' boca de lobo em cruzamento Foto: Guilherme Matos)
Um buraco "sem maquiagem" está atrapalhando os motoristas que trafegam na rua Rio Branco. Cercando um poço de acesso e na esquina do Palácio das Cerejeiras, esse desnível do asfalto provoca pancadas nos veículos que trafegam por ali e não conseguem desviar a tempo.
As batidas prejudicam os pneus, a suspensão e amortecedores dos carros, além de poder derrubar motociclistas.
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