Lençóis Paulista - Desde que as medições de chuvas começaram ser registradas em 1917 na bacia do rio Lençóis, 2024 registrou o pior índice, superando a marca histórica mais recente, de 2021. As informações são do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Lençóis (CBH-RL) e foram divulgadas em sua página oficial no Facebook.

"As cotas pluviométricas de 2024 só não fecharam piores em razão de dezembro ter compensado 45,6% dos déficits pluviométricos contabilizados até novembro do ano passado, que chegou aos 2.600 milímetros nos 1.054 quilômetros quadrados da bacia do rio Lençóis", revela o órgão.

"No acumulado geral de 2024, as cotas pluviométricas nominais da bacia hidrográfica, aquelas cotas que são descontadas os superávits dos déficits, onde devem permanecer entre 1.000 e 1.700 mm por ano, mantiveram-se deficitárias em 1.414 mm (negativos) contra os 1.112 mm (negativos) do ano de 2021. Na média histórica da área da bacia hidrográfica, 2024 registrou 799 mm, abaixo dos 837,5 mm de 2021".

Em outubro de 2024, a Câmara Técnica do CBH-RL decidiu decretar pela primeira vez emergência hídrica para as garantias de abastecimento público de água e para atender as prioridades sanitárias e ambientais mínimas do rio Lençóis e seus afluentes, tendo a produção de energia elétrica no rio sido interrompida por insuficiência de volumes úteis.

"Com a mitigação de todos os riscos levantados previamente, não houve registros de desequilíbrios ambientais ou qualquer outro tipo de problema, sendo possível manter uma comunicação direta com todos os signatários para que medidas preventivas fossem tomadas", explica.

De acordo com o CBH-RL, de 2017 até 2024, os valores investidos somam mais de R$ 8 milhões em obras prioritárias de combates às cheias e estiagens na área da bacia do rio Lençóis, com recursos articulados via CBH-RL com a iniciativa privada e o Governo do Estado.

As obras estruturais estão previstas no Plano de Bacia entregue ao Ministério Público Estadual. "Essas obras estruturais prioritárias elevaram os índices de segurança ambiental de 0% em 2016 para 70% nos anos subsequentes na área da bacia hidrográfica", ressalta o órgão.