Os 15 vereadores eleitos em Franca tomam posse na manhã desta quarta-feira, 1º, a partir das 10h, no Teatro Municipal, para a legislatura que se estende até 31 de dezembro de 2028. Walker Bombeiro (PL), que terminou a disputa como candidato mais votado, terá a honra de presidir a sessão solene de posse. Será ele também que dará posse ao prefeito Alexandre Ferreira (MDB) e ao vice, professor Everton de Paula (Republicanos).
Encerrada a cerimônia, será hora dos vereadores se debruçarem sobre a primeira discussão do mandato: a escolha da mesa diretora (presidente, vice, primeiro e segundo secretários) e dos titulares das comissões permanentes do Legislativo.
Tudo caminhava para uma disputa entre Carlinhos Petrópolis (PL) e Marco Garcia (PP), após o enfraquecimento da candidatura de Daniel Bassi (PSD), que sofria resistências dentro do paço municipal. Mais de uma vez, interlocutores com trânsito direto junto ao prefeito Alexandre Ferreira criticaram o perfil de Bassi, considerado como “não confiável”. Mas uma manobra que envolveu a desistência de Carlinhos Petrópolis de disputar o cargo em favor de Bassi, somado ao recuo do gabinete no apoio que havia sido sinalizado ao próprio Marco Garcia, abriu espaço para que Bassi voltasse ao jogo, na condição de favorito.
Ninguém confirma oficialmente, mas quem acompanhou de perto as negociações diz que Bassi teria se comprometido com seus colegas para apoiar iniciativas de criação de novos cargos de confiança e funções gratificadas para assessores, além de aceitar diminuir o controle sobre as prestações de conta das viagens, pedra no sapato de parlamentares que gostam de ir a Brasília e São Paulo com frequência.
Marco ainda esperou alguma sinalização de assessores próximos do prefeito Alexandre Ferreira, em vão. Em uma reunião na manhã desta segunda-feira, viu que não teria o apoio com que contava. Apesar de ainda haver espaço para que fosse para a disputa, preferiu abrir mão e facilitar a vitória de Bassi, em quem deve também votar. “Desde que fui eleito vereador para a legislatura que começa nesta quarta, tenho falado que não tinha pretensão especial de ser presidente da Câmara. Fui procurado por alguns vereadores. Disse que se fosse a vontade da maioria, assumiria o desafio”, disse Marco Garcia, em entrevista ao Portal GCN. “Já fui presidente quatro vezes. Há muito trabalho a fazer e desejo boa sorte ao colega Daniel Bassi, que deve ser eleito, inclusive com meu voto, e ao vice, Walker Bombeiro”, disse. “O tempo é o senhor da razão. Não faltam trabalho e desafios para que eu me envolva e desempenhe ao longo dos quatro anos”.
Procurada para comentar as movimentações para a disputa da presidência da Câmara, a assessoria do vereador Daniel Bassi disse apenas que ele segue “articulando, e firme” até os instantes finais.
Legislatura mais complexa
Os vereadores que assumem a partir desta quarta-feira devem ser um pouco menos suscetíveis à sedução do paço municipal do que a atual. Há desta vez dois nomes de esquerda, Marília Martins (Psol) e Gilson Pelizaro (PT), que se não serão oposicionistas radicais, também recusam alinhamento automático ao prefeito Alexandre Ferreira. O PL, com quatro vereadores, é outra pedra do sapato. Exceção feita a Carlinhos do Petrópolis, sempre alinhado ao prefeito, é impossível antecipar como serão os mandatos de Fransérgio Garcia, Leandro Patriota e Walker Bombeiro, todos eleitos pelo partido que tem a delegada Graciela como maior liderança.
Há ainda o próprio vereador Marco Garcia, que evita críticas abertas, mas deixa claro nas entrelinhas que não gostou de receber sinalização positiva do paço para a disputa da presidência e, subitamente, ter visto o apoio evaporar.
Nos projetos do dia a dia, que envolvem apenas maioria simples para aprovação, Alexandre Ferreira não deve enfrentar dificuldades. Mas em caso de discussão de projetos que exigem quórum qualificado de 2/3, ou 10 votos para aprovação, a articulação do prefeito terá que ser feita com mais cuidado e atenção. A chance de que esses projetos sejam rejeitados não são pequenas, a depender das circunstâncias.
Comentários
4 Comentários
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Darsio 1 dia atrasInfelizmente o legislativo tem se mostrado muito mais como um cabide de emprego e mantenedor de privilégios do que algo que realmente pudesse ter serventia para a sociedade. E, isso vai da Câmara ao Congresso Nacional. Com as redes sociais, mais vale uma fala para lacrar e dela cortar as partes que interessam e, pronto, divulgá-las pelas redes de modo a garantir a eterna reeleição do sujeito e consequentemente, excelentes salários e privilégios de dar inveja aos marajás. A destruição da qualidade da educação, destoando-a do objetivo proposto na LDBEN 9394/96, serve a esse lixo de política que temos hoje, pois assim as escolas jorram as ruas de mais e mais ignorantes. São os mesmos ignorantes que não possuem a mínima noção da carga pesadíssima de impostos diretos e indiretos que pagam e, que acreditam que os serviços públicos são gratuitos.
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Leandro 3 dias atrásSério mesmo Bassi, se vai se prestar aí isso, a chantagem dos coleguinhas, e quem será os coleguinhas que não querem fiscalização? Fala para o povo Bassi?
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Alen 3 dias atrásSe esse Bassi trabalhar igual gosta de aparecer, não vamos nem precisar de funcionários na prefeitura. Vai até recapear as ruas com pá e enxada.
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Abreu 3 dias atrásSe as eleições municipais fossem hoje metade desses vereadores não seriam eleitos.