Segunda época do ano em que o consumo de chocolate é mais elevado, o Natal perde apenas para a Páscoa quando o assunto é o famoso doce derivado do cacau. O fim de ano também é época em que a solidariedade costuma ficar evidente, é o espírito natalino. Nesta época, porém, as pessoas em situação de rua não têm ceias, presentes e todo brilho das Festas. Mas podem ser acolhidas e alimentadas, justamente por causa do chocolate. Isso é o que propõe, de forma permanente ao longo do ano, a Amor em Cacau, empresa atrelada à Missão Belém, que produz chocolates e reverte a renda das vendas para a instituição, que atua no Brasil e no Haiti.

Responsável pelas vendas da Amor em Cacau, Daniel Ferraz diz que a empresa nasceu de uma missão social. "A Amor em Cacau surgiu por volta de 2015, com o desejo de contribuir com uma comunidade da Igreja Católica, a Missão Belém, que atua no Haiti. A missão foi para lá por conta do terremoto. E a Amor em Cacau surgiu com a missão de ajudar arrecadando fundos. No início, eram trufas caseiras, e não imaginávamos que seria uma indústria como é hoje."

Daniel conta que hoje as vendas dos chocolates ajudam a missão no Haiti e também no Brasil, com os acolhimentos de pessoas em situação de rua. "A Missão Belém tem em torno de 170 casas com cerca de 2 mil pessoas. Em Jundiaí, tem residência Japi e Rio Acima. Também tem em Jarinu e em São Paulo. Cada casa pode ter sua produção para o dia a dia, de pães, horta, mas a Amor em Cacau veio com essa proposta empreendedora. Hoje produzimos 100 mil chocolates por mês, podendo chegar a 300 mil. Trabalham na produção pessoas que estiveram na Missão Belém e foram restauradas e a venda dos chocolates é revertida para a missão. No Haiti, temos o centro-escola que atende em Wharf Jeremie, na capital Porto Príncipe, com cerca de 3 mil alunos. É uma escola e um hospital com pronto atendimento, que atende os alunos e a população."

"A cada quatro chocolates vendidos, conseguimos uma refeição para uma nova pessoa acolhida pela Missão Belém. Então, além de custear a missão no Haiti, também ajuda a missão aqui no Brasil, é um apoio", explica.

Também da área de vendas, Caio Ferreira fala que os chocolates são produto social, já que a venda não é só do produto, também é da causa. "A Amor em Cacau quer ser esse produto social, que dará ao consumidor qualidade e impacto social. Tem muita gente que procura os nossos chocolates para dar de presente no fim do ano. São pessoas físicas que compram e informam para quem é presenteado que quatro chocolates salvam uma vida. Até temos embalagens personalizadas. Neste ano, começamos o trabalho com empresas e temos o panetone, então muitas empresas estão comprando do nosso panetone, ao invés de comprar de uma marca famosa, porque, além do presente, tem o impacto social. Tem empresa que compra cesta de chocolates para oferecer ao cliente, informam que a cada quatro chocolates, uma refeição é doada e algumas empresas até divulgam um número final."