CAMPINAS

Esterilização atinge 53 capivaras no combate à febre maculosa

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Os visitantes do Parque Portugal podem notar capivaras com desenhos de coração na parte traseira do corpo.
Os visitantes do Parque Portugal podem notar capivaras com desenhos de coração na parte traseira do corpo.

A Prefeitura de Campinas alcançou a marca de 53 capivaras esterilizadas no Parque Portugal (Lagoa do Taquaral), como parte do projeto de combate à febre maculosa. O procedimento, que envolve vasectomia e salpingectomia, é realizado em grupos diferentes de capivaras que habitam o parque e tem como objetivo reduzir a população de novos filhotes e, a médio prazo, interromper o ciclo de transmissão da bactéria causadora da doença.

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“A castração é uma medida que promove o bem-estar dos animais e também diminui o risco de transmissão da febre maculosa. Além disso, todas as capivaras estão sendo microchipadas, permitindo um acompanhamento ao longo de suas vidas”, destaca Rodrigo Pires, assessor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA).

Capivaras marcadas com corações

Os visitantes do Parque Portugal podem notar capivaras com desenhos de coração na parte traseira do corpo. Essa “tatuagem” é feita com raspagem dos pelos para monitoramento pós-cirúrgico e desaparece após três a quatro meses, quando os pelos crescem novamente.

Desde o início do manejo, em 26 de setembro, o DPBEA realiza etapas que incluem ceva (alimentação controlada), captura, cirurgia e soltura. A população estimada atualmente é de cerca de 100 capivaras, mas esse número varia sazonalmente devido aos ciclos reprodutivos. O trabalho continuará até que todos os animais sejam esterilizados.

O processo de vasectomia e laqueadura permite que os animais continuem produzindo hormônios, preservando a estrutura social do grupo e evitando que novas capivaras migrem para o local. “Ao manter o grupo estabilizado e impedir novos nascimentos, reduzimos a chance de transmissão da bactéria causadora da febre maculosa, já que a capivara só transmite a Rickettsia uma vez na vida”, explica Pires.

Febre maculosa: uma ameaça grave

A febre maculosa é transmitida por carrapatos que se alimentam do sangue de animais infectados, como capivaras, e depois picam humanos. Apesar de não transmitirem diretamente a doença, as capivaras são hospedeiros importantes para a propagação do ciclo da bactéria Rickettsia.

A ação da Prefeitura é uma aposta para reduzir os riscos dessa doença grave, que pode ser fatal. Além do manejo das capivaras, é essencial que a população mantenha cuidados ao frequentar áreas de risco e evite contato com carrapatos.

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