A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Contragolpe, que mira uma suposta organização criminosa formada, em parte, por militares das forças especiais do Exército.
O grupo é acusado de planejar um golpe de Estado e atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
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A pedido da PF, Moraes autorizou a prisão preventiva de cinco pessoas: o general da reserva Mário Fernandes, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, os majores Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo, além do agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares.
"Kids pretos" sob investigação
Os quatro militares presos são identificados como integrantes das forças especiais do Exército, conhecidas como kids pretos, grupo de elite especializado em operações táticas. Segundo a PF, Mário Fernandes, que foi chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro, tinha perfil radical e mantinha ligações com os acampamentos em frente ao Quartel General do Exército após o segundo turno das eleições de 2022.
Planejamento e ações ilícitas
Segundo a Agência Brasil, Moraes informou que a PF reuniu provas de que o grupo pretendia assassinar Lula e Alckmin como parte de um plano maior para impedir a posse do governo democraticamente eleito e restringir a atuação do Judiciário. A PF destacou que os investigados usaram seu conhecimento técnico-militar para planejar e coordenar ações ilícitas, com o ápice do planejamento entre novembro e dezembro de 2022, numa operação batizada internamente de "Copa 2022".
O policial federal Wladimir Matos Soares é apontado como colaborador do núcleo militar, fornecendo informações que poderiam apoiar as ações planejadas.