A exposição ‘Afogada’, da artista visual Emília Santos, terá uma visita guiada e roda de conversa sobre os processos criativos com o público em geral neste sábado (26), às 11h, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, em Jundiaí.
A mostra reúne pinturas inspiradas em cenas marinhas e pode ser vista gratuitamente de terça-feira a domingo, até o dia 24//11. A exibição é contemplada pelo edital da Lei Paulo Gustavo (LPG 21/2023), realização da Prefeitura de Jundiaí e do Governo Federal. “Será a oportunidade de falar sobre a produção das telas, inspirações, o processo criativo, curiosidades, desafios”, detalha Emília. A ação é uma das contrapartidas listadas no projeto.
A Exposição
A estreia da Exposição Afogada foi dia 28/09/24 e reuniu público de Jundiaí e Região. A princípio, ficaria em cartaz até dia 10/11, mas foi prorrogada a visitação até o dia 24/11. Mestre em Multimeios pela UNICAMP e graduada em Licenciatura em Artes Visuais, Pintura, Gravura e Escultura pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Emília Santos apresenta ao público pinturas que exploram a representação do mar. Por meio de um QR Code, as obras têm audiodescrição e podem ser acompanhadas por uma playlist especial.
Com uma abordagem simbólica, a artista provoca o público a refletir sobre as mudanças drásticas que afetam as paisagens e a necessidade urgente de assumirmos nossa responsabilidade em relação ao meio ambiente. “É uma expressão de cenas marinhas que evocam a sensação de submersão. Em minhas criações eu exploro a relação entre o figurativo e o abstrato, com um foco especial em representar movimentos aquáticos e reflexos. Meu trabalho artístico é voltado para reflexões sobre torções entre materiais e gêneros da pintura”, explica Emília que mora em Jundiaí e é professora.
Reflexões nas telas
A exposição ‘Afogada’ aborda, de forma simbólica, angústias geradas pelos acontecimentos das catástrofes climáticas, do desgoverno sobre políticas ambientais, a fim de refletir sobre as bruscas mudanças na paisagem provocadas pelo desequilíbrio ambiental, catástrofes climáticas, deslizamentos, enchentes e alagamentos, que transformam o cotidiano do olhar, construindo uma imagem modificada da paisagem presente.
Sem retratar lugares específicos, a artista opta por trazer a sensação de estar ilhada, afogada, em isolamento para tratar sobre o assunto. A série busca promover reflexões sobre a sensação de submersão, sinônimo de vencida, alagada, escondida, esquecida, inundada e perdida, escondimento e esquecimento diante de uma crise tão profunda.
Em suas pinturas, a artista explora a gestualidade, a cor e a pincelada para retratar o movimento da água e as diferentes sensações que esse movimento pode promover, abordando desde uma instabilidade gerada pelo mal-estar das ondas até uma sensação de calmaria e conforto. As pinturas possuem dimensões variadas e uma paleta de cores que propõe diferentes momentos de um dia, do amanhecer até o anoitecer. Utilizando tintas à base de água, a ideia é produzir efeitos em que a pincelada seja visível, destacando o gesto da construção da cena.
A artista incorpora a dualidade presente na simbologia da água, compreendida como signo de origem da vida, transformação, abundância e bem como rituais de transformação e morte. Diante da tragédia climática e social que assola as cidades, a artista busca transmitir sua visão crítica e sensível à problemática ambiental por meio de sua arte, utilizando a cidade como palco dessa reflexão.
Serviço
Exposição ‘Afogada’ de Emília Santos
Visita guiada e roda de conversa: Sábado (26/10), às 11 horas
Visitação: Até dia 24/11
Horário: Das 10h às 17h, de terça a domingo
Local: Pinacoteca Diógenes Duarte Paes
Endereço: Rua Barão de Jundiaí, 109 – Centro - Jundiaí
Entrada gratuita
Informações: Instagram @emiliasemidia
Saiba mais sobre Emília Santos:
https://emiliasantosobras.wixsite.com/artes