EM BAURU

Justiça torna Roberto Franceschetti réu por morte de Claudia Lobo

Por Tisa Moraes e Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Redes Sociais/Reprodução
Franceschetti também é alvo de investigação por supostos desvios de valores da instituição
Franceschetti também é alvo de investigação por supostos desvios de valores da instituição

A Justiça de Bauru acatou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o ex-presidente da Apae Bauru Roberto Franceschetti Filho, 36 anos, pela morte de Claudia Regina da Rocha Lobo, 55 anos, secretária-executiva da entidade. A decisão foi proferida nesta quinta (17).

Preso desde 15 de agosto, Franceschetti foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, por traição (uma vez que criou uma história para atraí-la e depois tirar a vida dela), e por tentar ocultar outro crime (possíveis desvios financeiros na entidade). Ele responde ainda por ocultação de cadáver e fraude processual.

Também foi indiciado por estes dois crimes Dilomar Batista, que teria ajudado a descartar o corpo de Claudia. O delegado titular da 3.ª Delegacia de Homicídios (3.ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), Cledson Luiz do Nascimento, que presidiu o inquérito, chegou a requerer à Justiça a prisão de Dilomar durante a investigação, mas o pedido foi negado.

Segundo Nascimento, embora a apuração sobre os desvios financeiros esteja sob sigilo e sob apuração do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), já existem elementos que demonstram a retirada indevida de valores do caixa da Apae.

Para ele, não atrapalhou nas investigações a ausência, até o momento, dos resultados de exame de DNA dos fragmentos de ossos encontrados no local onde o corpo da secretária teria sido ocultado. "Temos elementos objetivos e científicos quem vêm ao encontro dos depoimentos de testemunhas", informou recentemente ao JC.

Ele citou o fato de Claudia Lobo ter entrado com vida no carro, de a Polícia Civil ter encontrado uma quantidade razoável de sangue comprovadamente dela, além de depoimento de Dilomar dizendo que foi orientado a dar fim ao corpo da vítima.

Além disso, o delegado destaca a trajetória do veículo conduzido por Franceschetti, revelada pelo rastreio do celular dele no local e horário em que o homicídio teria ocorrido. "É uma construção lógica. Não é pelo fato de não ter o corpo que não se comprova o crime de homicídio. Até porque isso foi uma estratégia do autor de eliminar todos os vestígios que pudessem comprovar uma morte", pontuou.

A defesa de Roberto Franceschetti Filho, realizada pelos advogados Leandro Pistelli, Vanessa Mangile e Lucas Martins, informou, por meio de nota, ter recebido com naturalidade o fato de a Justiça ter acatado a denúncia do MP, "uma vez que se trata de ato formal referente ao início da ação penal". "Contudo, no momento oportuno, a defesa técnica do nosso cliente será apresentada. Todas as medidas legais estão sendo tomadas para que nosso cliente possa responder ao processo em liberdade e respeitado o direito ao contraditório e a ampla defesa. No transcorrer do processo, sua inocência será demonstrada", consta do texto.

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