ELEIÇÕES 2024

Abstenção cresce em Jundiaí e em todo o país

Por Ariadne Gattolini |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Nas urnas jundiaienses, recorde de abstenções, 27,20%
Nas urnas jundiaienses, recorde de abstenções, 27,20%

O primeiro turno das eleições em Jundiaí teve 244.920 votos totais, o que inclui 10.934 votos brancos, 4,46% dos votos totais, e 17.264 votos nulos, 7,05%. A abstenção foi de 91.486 eleitores, 27,20% do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade.

Jundiaí está acima da média de abstenções. Em 2016, 16,96% se abstiveram. Mas desde 2020, esse número ultrapassa os 27%. Ou seja, desde a penúltima eleição, quase um terço do eleitorado jundiaiense simplesmente não comparece às urnas. 

No Brasil, de forma geral, a porcentagem de eleitores que não compareceram foi maior esse ano (21,71%) que nas eleições municipais de 2016 (17,58%). Porém, menor que em 2020 (23,15%), eleição realizada em meio ao período agudo da pandemia da covid-19. Ao analisar os números do estado de São Paulo, ainda estamos (um pouco) acima: 25,3% dos eleitores paulistas não foram votar.

Para o sociólogo Samuel Vidilli (abaixo), somente uma pesquisa densa poderia dar uma certeza do motivo dessa abstenção. “Em minha análise, os principais motivos são a desilusão com o sistema político: não vão e azar, preferem pagar a multa. Insatisfação com os candidatos: nenhum os representa e a decepção por ver que seu candidato pode não estar em uma situação vantajosa nas pesquisas.” A facilidade para justificar o voto e o baixo valor da multa (menos do que R$ 4) também facilitam o quadro de abstenções.



Brancos e nulos
Neste primeiro turno, o número de brancos e nulos chegou a 13% em Jundiaí. Em 2020, 15% e, em 2016, algo em torno de 16%. “As pessoas acreditam que anular ou deixar em branco pode fazer com que os resultados mudem de alguma maneira (aquela ideia de que se mais de 50 por cento das pessoas anularem a eleição pode ser anulada). Nada mais distante da verdade, pois sempre haverá um candidato vitorioso. E será o que teve mais votos em seu nome, simples assim.”

Brancos e nulos são votos válidos, mas que apenas dão ao eleitor a possibilidade de votar sem que isso interfira no resultado. “E aí você tem o motivo para a outra parcela de pessoas que votam escolher branco e nulo. Não se sentem representados e querem ‘protestar’, mostrando que não há grupo ou pessoa que valha o voto. E pelo que vejo dos números em Jundiaí, é bem essa segunda alternativa: o número de brancos e nulos para vereador é muito próximo ao de prefeito. Ou seja, quem anulou para um, anulou para o outro”, afirma Samuel.

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