O grave acidente que aconteceu com a aeronave da Voepass em Vinhedo (SP), no dia 09/08, matando 58 passageiros e quatro tripulantes, ainda nos deixa aturdidos. Enquanto a perícia não apresenta as possíveis causas da queda do bimotor, especialistas em aviação civil reforçam a importância de criar procedimentos e manter a rígida fiscalização que garantam o bom funcionamento de aviões e aeroportos por todo o país.

Neste contexto resolvi escrever para retratar tudo o que foi feito no Aeroporto Municipal Pedro Morganti, após o término da ampla reforma realizada pela atual Administração. Nada comparável ao estado de abandono em que ele se encontrava anteriormente, devido à falta de investimentos das últimas gestões.

Encontramos a pista principal com várias ondulações e buracos que colocavam em risco a segurança das aeronaves que usavam esse espaço. Todos os equipamentos do sítio aeroportuário estavam obsoletos, sem qualquer tipo de manutenção. A própria instalação elétrica do Aeroporto era antiga e representava um risco iminente de incêndio. A falta de iluminação do balizamento noturno impedia a utilização da pista neste período, com passageiros tendo que transferir seus voos para aeroportos de outras cidades, como Campinas ou mesmo Sorocaba, para depois concluir o trajeto até Piracicaba por meio da malha rodoviária.

No ano de 2017 a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), agência reguladora federal, cuja responsabilidade é normatizar e supervisionar a atividade de aviação civil no Brasil, já havia feito uma auditoria em Piracicaba, recomendando a manutenção básica do Aeroporto, fato este que nunca aconteceu no município.

Dentro desta premissa, investimos R$ 4,2 milhões em obras no recape da pista, nova sinalização e aumento da pista auxiliar, a chamada Taxiway, de 800 para 1.200m. Também fizemos a manutenção da iluminação do balizamento noturno, transformador, biruta iluminada e farol rotativo. Investimos também no sistema de drenagem da pista e equipamentos do sítio aeroportuário, além de pavimentação dos dois lados das calçadas que servem ao Aeroporto, facilitando assim o acesso de munícipes e turistas. A última etapa se refere a ampliação da pista principal, que passará de 1200m para 1500m, segundo nosso projeto que está em fase final de elaboração.

É inegável que todas essas benfeitorias, que foram além das recomendações da Anac, fortaleceram o processo que segue em andamento para a regionalização do Aeroporto junto à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). Essas adequações eram, inclusive, uma das exigências contratuais impostas pela Infraero como contrapartida para que as negociações seguissem em frente.